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Mais de uma dúzia de nomes fortes da União Europeia deslocaram-se esta quinta-feira à capital ucraniana para uma cimeira com os oficiais ucranianos. A presidente da Comissão Europeia faz parte da comitiva e anunciou que a UE vai ajudar a estabelecer um centro internacional para julgar crimes de agressão.

O Presidente ucraniano aproveitou a chegada dos representantes a Kiev para alertar que a campanha de sanções europeias à Rússia “abrandou ligeiramente”, pedindo que fossem tomadas medidas mais firmes e punitivas. Volodymyr Zelensky disse ainda que o futuro da UE se está a escrever “agora mesmo” na Ucrânia, acrescentando que o país merece iniciar já em 2023 conversações com vista à entrada no bloco comunitário.

O 344.º dia de guerra também ficou marcado pelo discurso do Presidente russo para comemorar o 80.º aniversário da vitória de Estalinegrado. O chefe de Estado traçou uma comparação com guerra contra a Ucrânia, afirmando que o país está “novamente a enfrentar a Alemanha”. Vladimir Putin disse ainda que o Ocidente “tem de compreender” que Rússia tem como dar resposta a todos aqueles que a ameaçam.

O que aconteceu durante a noite?

  • Os Estados Unidos decidiram aceder ao pedido de Kiev e enviar mísseis de longo alcance para a Ucrânia, que prepara uma ofensiva na primavera para recuperar o território conquistado pela Rússia no ano passado. Estas novas armas terão aproximadamente o dobro do alcance de qualquer outro armamento ofensivo fornecido pelos norte-americanos a Kiev.
  • O comissário ucraniano dos direitos humanos acusou as forças russas de raptar crianças no território ucraniano para alimentar o tráfico sexual de menores.
  • O Presidente da China, Xi Jinping, terá ficado apreensivo e surpreendido com os fracassos sofridos pelas tropas russas na Ucrânia, revelou o diretor da CIA, citado pela Reuters. William Burns sublinhou que os próximos seis meses serão “críticos” para a Ucrânia poder recuperar território.
  • O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, anunciou que a Ucrânia assinou com a UE um acordo para integração do mercado único europeu.

  • Dmitry Medvedev, ex-Presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança, garantiu que os fornecedores de armas da Rússia vão “aumentar significativamente” as entregas de equipamento ao longo de 2023. Medvedev considera que o reforço na produção vai permitir à Rússia derrotar os “neonazis ucranianos”.
  • O escudo antimíssil que Itália e França vão fornecer à Ucrânia deverá estar operacional no país dentro de sete a oito semanas, anunciou o chefe da diplomacia italiana, António Tajani.
  • Depois de afirmar que enviar caças para a Ucrânia não é a abordagem correta nesta fase da guerra, o secretário de Defesa britânico, Ben Wallace, disse que o Reino Unido não descartou totalmente a possibilidade. O governante alerta, no entanto, que é necessário tempo de treino para o seu uso.
  • O grupo Wagner parece ter desacelerado o processo de recrutamento nas prisões russas, indicou o Instituto para o Estudo da Guerra. O think tank, sediado nos EUA, considera que esse declínio se deve, em parte, ao facto de a companhia militar ter registado um elevado número de baixas. Por outro lado, poderá estar em causa um esforço do Ministério da Defesa russo para “colocar de lado” os ataques do grupo no futuro, o que significaria que precisam de menos recrutas.
  • Um desertor do exército russo revelou ter testemunhado a tortura de soldados ucranianos quando foi convocado para combater no sul da Ucrânia. Numa entrevista exclusiva à BBC, Konstantin Yefremov descreveu vários episódios de interrogatórios e tortura, lembrando o assassinato de um militar ucraniano às mãos dos seus superiores.
  • Os EUA posicionaram-se contra a Ucrânia e a favor da participação de atletas russos e bielorrussos nos Jogos Olímpicos Paris2024. No entanto querem que a participação seja sob bandeira neutra e sem qualquer demonstração dos símbolos dos dois países.
  • O ministro da Defesa ucraniano prometeu esta quinta-feira que, caso recebam mísseis de longo alcance, não serão usados para atacar o território russo. “Temos alvos suficientes nos territórios temporariamente ocupados e estamos prontos para coordenar os alvos com os parceiros”, afirmou Oleksi Reznikov durante um encontro com comissários europeus.

O que aconteceu durante a tarde?

  • Lituânia, Polónia, Estónia e Letónia juntaram-se à posição da Ucrânia e apelaram a que os atletas russos e bielorrussos sejam banidos das competições desportivas enquanto a guerra continuar no território ucraniano.
  • A Rússia diz que ganhou terreno nas proximidades de Vasylivka, na região de Donestk, na Ucrânia. A informação consta do boletim diário do Ministério da Defesa da Rússia, cita a Sky News. A confirmar-se, esta zona fica a norte de Bakhmut, que tem sido um dos locais de combates intensos durante alguns meses
  • Em entrevista à televisão estatal Ria o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia disse que Moscovo quer que o conflito na Ucrânia acabe, mas que está a responder às ações do Ocidente. Sergei Lavrov disse ainda que o Ocidente está a olhar para a Moldávia para o papel de “nova Ucrânia”, apontando a pressão crescente para que esse país se junte à NATO.
  • O antigo Presidente francês François Hollande descreveu o Presidente russo como um líder “racionalmente radical”. “Tem os seus próprios motivos e, dentro desse enquadramento, está preparado para usar a força”, descreveu ao Hollande ao jornal Politico.
  • O chefe da diplomacia europeia chegou esta quinta-feira a Kiev juntamente com a comitiva da UE. Josep Borrell já anunciou que o bloco comunitário se comprometeu a treinar um número adicional de 15 mil soldados ucranianos, que vão receber treino especializado e instruções técnicas para operar novos equipamentos bélicos, entre eles os tanques Leopard 2.
  • Já terminaram os exercícios militares entre a Rússia e a Bielorrússia, que se prolongaram durante várias semanas. Segundo o ministro da Defesa bielorrusso, a iniciativa teve uma natureza “exclusivamente defensiva” e foi cumprido um grande número de tarefas.
  • O fundador do Grupo Wagner terá emitido um pedido dirigido aos legisladores russos para que os oficiais sejam impedidos de tirar férias no estrangeiro, avançou a Sky News. Yevgeny Prigozhin terá considerado “inaceitável” que os oficiais russos e membros do parlamento tirem férias em países que estão contra a Rússia.

O que aconteceu durante a manhã?

  • Johannes Hahn, comissário Europeu para o Orçamento, avançou à Bloomberg que a União Europeia está a preparar-se para anunciar um pacote de 400 milhões de euros de apoio à Ucrânia.
  • O ex-comandante do Grupo Wagner que fugiu para Noruega disse que está arrependido de ter lutado na Ucrânia. “Não sou aquela pessoa”, afirmou em uma entrevista à Reuters.
  • Pelo menos três pessoas morreram e outras 20 ficaram feridas esta quarta-feira num ataque russo com míssil contra um prédio residencial em Kramatorsk, no leste da Ucrânia, adiantou a polícia ucraniana. Nas últimas horas também foram registados outros ataques em Donetsk, Kherson, Kharkiv, Sumy, Mykolaiv, Chernihiv, Zaporíjia, Dnipropetrovsk e Lugansk.
  • O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Áustria anunciou que considera como “persona non grata” quatro diplomatas russos. Embora não sejam dadas justificações concretas para estes casos, a Reuters e a AFP referem que os diplomatas não se comportaram de acordo com os acordos internacionais.
  • No mais recente relatório os serviços de informação britânicos referem que o “papel da Rússia enquanto exportador de confiança de armas estará provavelmente a ser altamente minado pela invasão à Ucrânia e pelas sanções internacionais” de que está a ser alvo.
  • O ministro da Defesa da Ucrânia afirmou que a Rússia está a planear uma “grande ofensiva” para marcar o aniversário da guerra, declarações confirmadas pelo ministro dos Negócios Estrangeiros russo. Esta quinta-feira Sergei Lavrov disse que a Rússia tem planos para ofuscar os eventos pró-Ucrânia a 24 de fevereiro.

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