O governo da Bélgica está a estudar a extensão da vida útil de mais três reatores nucleares, após ter prolongado durante dez anos a operação de outras duas unidades, devido à crise energética, adiantarem esta sexta-feira órgãos de comunicação belgas.

O executivo de coligação liderado por Alexander de Croo pediu à empresa que opera os sete reatores nucleares na Bélgica, a Engie, para verificar se a atividade dos reatores Doel 1, Doel 2 e Tihange 1 pode ser mantida.

A 9 de janeiro, o governo belga e a empresa de eletricidade Engie chegaram a um acordo para prolongar a operação de dois reatores nucleares (Doel 4 e Tihange 3) durante dez anos, a partir de novembro de 2026.

O objetivo é estudar um prolongamento da atividade e adequar o consumo de combustível para que dure mais tempo. As conclusões do estudo solicitado são esperadas para março, noticiou esta sexta-feira a emissora pública RTBF.

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O operador da rede elétrica na Bélgica, Elia, tinha alertado que, em caso de picos de consumo, o país poderia sofrer um défice de eletricidade.

Em 2019, último ano antes da pandemia, a Bélgica obteve 48,8% de sua eletricidade de sete unidades nucleares espalhadas por duas centrais, Tihange (sudoeste) e Doel (nordeste), com capacidade de 2.900 e 3.000 megawatts elétricos (MWe), respetivamente.

A Bélgica assumiu em 2003 o compromisso de encerrar todas as suas centrais nucleares em 2025, mas tem vindo a adiar a implementação dessa controversa decisão devido à crise dos preços da energia.

Até agora, encerrou apenas dois dos seus sete reatores (Doel 3 e Tihange 2).

O início da guerra da Rússia contra a Ucrânia e o corte no fornecimento de gás russo à Europa, na sequência das sanções ocidentais, também alteraram os planos energéticos de vários países europeus.