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No dia em que uma comitiva de comissários europeus chegou a Kiev o Presidente Volodymyr Zelensky afirmou que o futuro da União Europeia (UE) “está a ser escrito agora mesmo” na Ucrânia. “Esta é uma luta pela liberdade, soberania e democracia”, sublinhou o líder ucraniano.

Esta quinta-feira o chefe de Estado recebeu a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, e uma comitiva de 14 representantes. A visita surge no contexto de uma cimeira organizada pelas autoridades ucranianas no caminho para a integração europeia. Aproveitando a visita dos altos representantes, Zelensky afirmou no habitual discurso que o país ganhou o mérito de iniciar já em 2023 conversações com vista à entrada no bloco comunitário.

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“Acredito que a Ucrânia merece iniciar negociações sobre a sua adesão à UE este ano“, disse Zelensky na véspera da cimeira de alto nível em Kiev entre as autoridades ucranianas e os representantes europeus. “Devemos, por meio de uma maior integração, dar energia e motivação ao nosso povo, apesar de quaisquer obstáculos e ameaças”, acrescentou.

Von der Leyen e 15 comissários chegaram a Kiev para reuniões bilaterais

Na quarta visita à Ucrânia desde o início da guerra Ursula Von der Leyen garantiu o total apoio da UE ao país em guerra. Numa conferência de imprensa conjunta com Zelensky prometeu que vão continuar a trabalhar para fazer o Presidente russo pagar pela guerra atroz, com a adoção de novas sanções ainda este mês.

“Antes de Rússia começar a guerra, alertámos muito claramente sobre os custos económicos enormes que iríamos impor em caso de invasão, e hoje a Rússia está a pagar um preço elevado, à medida que as nossas sanções estão a asfixiar a sua economia”, apontou a presidente do executivo comunitário.

A Comissão classificou a visita desta quinta-feira como um “símbolo forte” do apoio europeu à Ucrânia “diante da agressão injustificada da Rússia”. A viagem coincidiu com a adoção pelo Conselho da UE de um sétimo pacote de assistência militar à Ucrânia no valor de 500 milhões de euros. Segundo um comunicado do Conselho, o sétimo pacote de assistência às Forças Armadas da Ucrânia, disponibilizado através do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz (MEAP), eleva o contributo europeu para os 3,6 mil milhões de euros.

Os Estados-membros deram ainda luz verde a uma nova verba de 45 milhões de euros para financiar a Missão de Assistência Militar da UE (UEMAM Ucrânia) e que se destina a “fornecer o equipamento e materiais não letais necessários, bem como os serviços de apoio às atividades de formação”.

A UE conta também adotar o décimo pacote de sanções à Rússia até 24 de fevereiro, data em que se assinala um ano desde o início da invasão da Ucrânia, anunciou a presidente da Comissão Europeia em Kiev.

O Parlamento Europeu, por sua vez, aprovou esta quinta-feira uma deliberação que exorta a União Europeia (UE) a concretizar a adesão da Ucrânia e a avançar com o novo pacote de sanções à Rússia. O texto foi aprovado com 489 votos a favor, 36 contra e 49 abstenções.

Em junho do ano passado a União Europeia concedeu à Ucrânia o estatuto formal de candidato à UE, numa momento descrito como “histórico”. No entanto o país tem de cumprir uma série de critérios para a adesão ao bloco comunitário, nomeadamente no sistema judicial.​

A adesão da Ucrânia à UE alimenta discórdia entre os Estados-membros, mas na cimeira bilateral a Comissão quer alicerçar o compromisso com a integração e mostrar apoio inequívoco perante a Rússia, segundo fonte europeia.

A ambição da Ucrânia é clara: aderir ao bloco comunitário até 2026. Ainda que, do lado da UE, a integração não esteja em causa, o prazo certamente será outro, segundo reforçou fonte europeia durante uma antecipação da cimeira de sexta-feira em Kiev, capital do país que foi invadido pela Rússia há quase um ano.