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Arrancou esta sexta-feira a primeira cimeira UE-Ucrânia em Kiev, num dia em que todo o território ucraniano esteve temporariamente sob alerta de ataque aéreo. Uma comitiva de comissários europeus – entre os quais a presidente da Comissão Europeia e o presidente do Conselho Europeu – esteve reunida durante a manhã com oficiais ucranianos.

Na sequência das reuniões, a presidente da Comissão Europeia afirmou que foram discutidas “várias formas” de continuar a apoiar a Ucrânia. Ursula von der Leyen sublinhou que a Ucrânia está “a fazer o seu caminho em direção à União Europeia”, acrescentando que a “Rússia está a sofrer uma enorme derrota estratégica”.

Já o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, garantiu que o país “não irá desperdiçar um único dia” no processo de adesão à União Europeia. O líder ucraniano disse ainda que as Forças Armadas têm “todas as hipóteses” de ganhar a guerra e evitar que Rússia fique com o leste da Ucrânia, acrescentando que as tropas não vão sair de Bakhmut, cidade que tem sido palco de intensos combates e que Zelensky considera ser “uma fortaleza” da resistência ucraniana.

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Aqui fica um resumo das notícias que marcam esta sexta-feira.

O que aconteceu durante a noite?

  • O Presidente da Ucrânia afirmou que o país já “está a falar como um membro da comunidade europeia”, num dia marcado pela cimeira que reuniu oficiais ucranianos e uma comitiva de altos funcionários da UE. Volodymyr Zelensky disse que do encontro saiu um entendimento quanto à possibilidade de começar já este ano as negociações de adesão ao bloco comunitário.
  • O governo canadiano vai impor uma nova ronda de sanções à Rússia, que já motivou uma resposta de Moscovo. A porta-voz do Ministério de Negócios Estrangeiros russo criticou as medidas, que comparou à repressão na Alemanha nazi. “São comparáveis às tentativas do Terceiro Reich para destruir o ‘espírito não-germânico’ e afogar a voz da razão ao queimar livros e proibir jornais”, afirmou Maria Zakharova.
  • Os primeiros-ministros dos três países bálticos anunciaram que vão solicitar a penalização da evasão e violação das sanções contra a Rússia na União Europeia-
  • Os Estados Unidos anunciaram um novo pacote de assistência militar à Ucrânia no valor de 2.17 mil milhões de dólares. O novo apoio inclui bombas de pequeno diâmetro lançadas desde o solo (GLSDB, na sigla em inglês) e vai duplicar o alcance do armamento ucraniano, refere a CNN.
  • As autoridades francesas e italianas concluíram as negociações para a entrega conjunta de um sistema de defesa antiáereo SAMP/T-MAMBA à Ucrânia. O ministro da Defesa francês revelou que o equipamento será enviado esta primavera.
  • Os 27 estados da União Europeia chegaram a acordo sobre a proposta da Comissão Europeia para definir um limite no preço dos produtos petrolíferos da Rússia, avançou a Reuters. No início de dezembro a UE já tinha chegada a acordo para impor um teto de 60 euros às compras de petróleo russo.

O que aconteceu durante a tarde?

  • Uma fonte do Times of Israel revelou que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu expressou disponibilidade para enviar equipamentos militares a Kiev durante uma reunião com o Presidente francês, Emmanuel Macron.  Até agora o país só se comprometeu com assistência humanitária à Ucrânia.
  • O líder do grupo Wagner aconselhou o Presidente ucraniano a não retirar as suas tropas da cidade de Bakhmut: seria “cobardia”, avisou. “Caro Vladimir Alexandrovich [Zelensky], muitas pessoas estão a pedir que retire as suas tropas de Bakhmut. Não o faça. É o principal foco desta guerra. Temos de lutar”, afirmou.
  • O Comité Olímpico da Ucrânia manifestou hoje a sua oposição a uma possível participação de atletas russos e bielorrussos nos Jogos Olímpicos Paris2024, bem como em outras competições internacionais.
  • O Presidente do Conselho Europeu chegou esta sexta-feira a Kiev para a cimeira da UE. Charles Michel disse que a Ucrânia e a União Europeia são “da mesma família”, acrescentando que uma vitória de Kiev “significa uma vitória para a democracia e para os países democráticos”.
  • O governo alemão anunciou a aprovação do envio dos tanques Leopard 1, o modelo que antecedeu o Leopard 2, em reserva para a Ucrânia. O porta-voz do governo alemão confirmou que foi “emitida uma licença de exportação” destes modelos.
  • O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, anunciou em Kiev um pacote de ajuda de 25 milhões de euros para um programa humanitário de desminagem.
  • As autoridades ucranianas denunciaram novos ataques russos no país. Segundo o Kyiv Independent, seis pessoas morreram e 19 ficaram feridas em nove regiões.

O que aconteceu durante a manhã?

  • O porta-voz do Kremlin afirmou que, uma vez que a segurança na região do Donbass ainda não está garantida, a guerra na Ucrânia vai continuar. “O Donbass ainda não está totalmente protegido, então a operação militar continua”, disse Dmitry Peskov na habitual conferência de imprensa.
  • O governo norueguês anunciou a aquisição de 54 novos tanques Leopard 2 que servirão para substituir os antigos modelos, refere a AFP. Alguns dos modelos mais antigos serão doados à Ucrânia, que tem apelado ao envio deste tipo de equipamentos.
  • A Rússia deverá lançar um míssil hipersónico durante os próximos exercícios militares conjuntos com a África do Sul e China, afirmou fonte próxima da indústria de defesa russa à TASS. Será a primeira vez que a Rússia lançará um míssil hipersónico “Zircon” durante um exercício militar conjunto, acrescentou a mesma fonte.
  • A região de Kherson, parcialmente sob o domínio ucraniano, foi atacada 65 vezes com diferentes tipos de artilharia durante esta quinta-feira. Os bombardeamentos russos provocaram um grande incêndio num centro comercial durante a noite.

  • Cerca de 129.870 soldados russos morreram desde o início da guerra, 840 dos quais nas últimas 24 horas, informou o Exército ucraniano na última atualização sobre as baixas russas.

  • O número de vítimas mortais em Kramatorsk (região de Donetsk) subiu para quatro, depois de o corpo de uma mulher ter sido encontrado debaixo dos escombros do prédio atingido por um míssil russo na quarta-feira, anunciou o presidente da câmara.