O Governo do Chile informou este domingo que deteve 10 pessoas por serem suspeitos de estarem envolvidos nos incêndios que devastam milhares de hectares no centro e sul do país e que elevaram para 24 o número de pessoas mortas.

O subsecretário do Interior, Manuel Monsalve, lembrou em conferência de imprensa que a lei é muito dura nestes casos, com penas de prisão que vão desde os cinco aos 20 anos.

Nas últimas horas, um homem internado no município de Angol, na região de La Araucanía, morreu devido a graves ferimentos, o que aumentou para 24 o balanço de vítimas mortais devido aos incêndios.

Manuel Monsalve indicou que “há 26 pessoas internadas com queimaduras graves” e que foram destruídos mais de 100.000 hectares e 800 casas, desalojando mais de 800 pessoas.

Nas próximas horas chegará à região um avião da unidade militar de emergência espanhola (UME) e um avião de grande capacidade hídrica contratado pelo Governo.

Desde que começaram, os incêndios quase não tiveram combate aéreo devido às condições meteorológicas, segundo as autoridades, e também porque, segundo especialistas locais, as empresas privadas que dispõem destes recursos têm taxas excessivas.

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A porta-voz do executivo, Camila Vallejo, e outros responsáveis chilenos instaram as empresas privadas a aumentar a ajuda no trabalho de extinção de incêndios, com um pedido especial às empresas de madeiras, cujos especialistas responsabilizam pela situação, devido à sobrexploração das florestas.

Além deste fator, apontam também para os resíduos de madeira que deixam nos campos e para a reflorestação com espécies como o eucalipto e o pinheiro, mais combustíveis.

De acordo com a última informação do Serviço Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres (Senapred) do Ministério do Interior do Chile, atualmente, há 260 incêndios ativos em todo o país.

Este responsável assegurou que “a atividade dos incêndios durante a noite foi menor do que o esperado”, porque as temperaturas abrandaram ligeiramente, mas avisou que, a partir de terça-feira, o sul enfrentará uma nova vaga de calor, com temperaturas históricas que podem chegar aos 40 graus celsius.

A vaga de incêndios afeta sobretudo as regiões de Ñuble, Biobío e La Araucanía, zonas de intensa atividade agrícola e florestal localizadas a 400, 500 e 700 quilómetros a sul da capital chilena, respetivamente.

O Governo chileno decretou um Estado de Exceção Constitucional de Catástrofes, que permite uma entrega mais rápida da ajuda às pessoas afetadas e a mobilização de recursos, entre outras medidas.

A Comissão Europeia (CE) assegurou este domingo que está “preparada” para ajudar o Chile no que diz respeito aos incêndios florestais.