A perda de produtividade relacionada com problemas psicológicos e com o stress custou 5,3 mil milhões de euros às empresas portuguesas em 2022, alerta um relatório da Ordem dos Psicólgos publicado na última sexta-feira. Em 2020, os custos tinham sido de 3,2 mil milhões de euros.

Não há boa saúde mental na população mexendo apenas nos serviços de saúde

De acordo com o documento, as quebras de produtividade causadas pelo absentismo e o presentismo chegam a ser de 1,4% do volume de negócios; e custaram tanto às empresas quanto o Governo gastou em 2021 em medidas para mitigar os impactos da pandemia de Covid-19. Os custos do stress e dos problemas psicológicos em contexto laboral subiram 60% entre 2020 e 2022.

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Em média, os trabalhadores portugueses faltaram oito dias por ano por problemas psicológicos como o stress em 2022; e o tempo de trabalho perdido devido a presentismo foi de cerca de 16 dias no mesmo ano. Em 2020, o absentismo tinha ocupado uma média de 6,2 dias a cada trabalhador numa empresa portuguesa e perderam-se oito dias de trabalho por presentismo.

O sucesso e a sustentabilidade das organizações passam imperiosamente pelo investimento na construção de locais de trabalho saudáveis, criadores de saúde psicológica e bem-estar, nomeadamente através da avaliação, prevenção e intervenção nos riscos psicossociais que afetam o trabalho e os trabalhadores”, defendeu a Ordem dos Psicólogos.

Medo da compaixão ampliou o impacto nocivo da pandemia na saúde mental

Aliás, os psicólogos sublinharam no “Relatório do Custo do Stress e dos Problemas de Saúde Psicológica no Trabalho em Portugal” que a prevenção desses quadros clínicos pode reduzir as perdas de produtividade em pelo menos 30% e poupar 1,6 mil milhões de euros às empresas.