A justiça do Peru condenou esta segunda-feira 27 manifestantes por “atos de vandalismo” na região costeira de Ica durante os protestos antigovernamentais, enquanto outras 22 pessoas estão em prisão preventiva por “atos violentos”, informaram fontes oficiais.

“Estas pessoas foram plenamente identificadas como autoras da ocupação de estradas nesta região do sul. Por isso, foram condenadas a mais de três anos de prisão e estão obrigadas a pagar reparações civis por uma quantia superior a 50.000 soles (cerca de 12.000 euros)”, revelou o Ministério do Interior em comunicado.

Segundo o ministério, os indiciados “reconheceram os delitos” e em consequência “procedeu-se à prisão efetiva dos sentenciados” na sequência de uma “investigação” da Procuradoria Pública especializada em delitos contra a ordem pública, dependente do Interior.

Outros 22 manifestantes de diversas regiões do país permanecem em prisão preventiva entre um e 18 meses, sob a acusação de “atos violentos”, na sequência de outra decisão da designada Procuradoria Pública.

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As investigações judiciais e policiais permanecem em diversos distritos do sul, incluindo Ica, Puno, Arequipa e Cuzco, e ainda na região amazónica de Uyacali, fronteiriça com o Brasil.

“A citada procuradoria reafirma o seu compromisso de perseguir o delito e os atos violentos contra a polícia, a cidadania e as instituições públicas e privadas para que não fiquem impunes”, acrescentou o Ministério do Interior.

Os protestos no Peru decorrem desde 11 de dezembro, quatro dias após a tentativa do então Presidente Castillo dissolver o parlamento e convocar eleições, e que implicou a sua detenção, permanecendo em prisão preventiva por 18 meses.

Os manifestantes exigem a libertação de Castillo, a demissão da atual Presidente Dina Boluarte, a antecipação das eleições, a dissolução do parlamento e a convocação de uma assembleia constituinte.