O advogado de duas ativistas pró-democracia tailandesas, em greve de fome há três semanas, avisou que as jovens correm perigo de vida, após o hospital onde se encontram ter chamado a família com caráter de urgência.

Krisadang Nutcharas disse que Tantawan “Tawan” Tuatulanon, de 21 anos, e Orawan “Bam” Phuphong, de 23 anos, estão em péssimas condições de saúde. “Este não é um drama escrito para pedir solidariedade às pessoas”, acrescentou o advogado.

“Os pais deles não dormiram ontem à noite e eles estão aqui desde manhã” (madrugada de terça-feira em Lisboa), disse Krisadang no hospital da Universidade de Thammasat, num subúrbio a norte da capital, Banguecoque.

As jovens estão em greve de fome desde 18 de janeiro tendo recusado água e comida durante a maior parte desse período exigindo a reforma do sistema de justiça, a libertação de presos políticos e a alteração ou abolição das leis usadas contra dissidentes.

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Tantawan e Orawan concordaram há alguns dias em voltar a beber água. Recusar todos os líquidos além dos alimentos pode causar lesões permanentes e até a morte se for feito por um período prolongado.

No domingo, o hospital disse que a condição de ambas as jovens se está a deteriorar, com sangramento das gengivas, fadiga, baixo nível de açúcar no sangue, dores de estômago e problemas para dormir.

As ativistas estão entre um grupo de pelo menos 228 pessoas, incluindo 18 menores de idade, acusadas de violar a lei de lesa-majestade, que prevê uma pena de prisão de até 15 anos por insultar a monarquia.

As jovens foram acusadas de lesa-majestade por terem lançado uma sondagem de opinião pública, há cerca de um ano, sobre as comitivas reais, que podem levar ao encerramento de estradas e engarrafamentos.

Tantawan e Orawan foram libertadas sob fiança, mas regressaram no início do mês à prisão em solidariedade com outras detidas a aguardar julgamento pela mesma acusação.

O advogado Krisadang Nutcharas disse na segunda-feira que pediu novamente a libertação sob fiança de oito outras pessoas do mesmo grupo ativista que estão detidas a aguardar julgamento depois de participarem em protestos políticos.

Os partidos da oposição na Tailândia aderiram ao apelo das grevistas de fome para a libertação dos prisioneiros políticos.

“Eu realmente acredito que ninguém deveria ter que sacrificar as suas vidas para pedir direitos democráticos básicos numa sociedade democrática moderna, que inclui o direito a tratamento igual no sistema de justiça e o direito à fiança”, disse Thanathorn Juangroongruangkit.