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Passaram 349 dias desde que as tropas russas invadiram o território ucraniano e esta terça-feira o Kremlin reivindicou sucesso numa ofensiva recente no leste da Ucrânia.

“Atualmente, os combates estão a evoluir com sucesso nas zonas” de Bakhmut e Vuhledar, adiantou o ministro da Defesa russo. Sergei Shoigu garantiu que as tropas de Moscovo conquistaram sete localidades, incluindo Soledar, uma cidade vizinha de Bakhmut que as forças ucranianas cederam em janeiro.

Os avanços surgem numa altura em que Kiev admite esperar uma grande ofensiva russa no leste do país, exigindo ao Ocidente que aumente e acelere a ajuda militar. Segundo o governador ucraniano da região de Lugansk, há cada vez mais reservistas russos mobilizados nessa direção.

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Estes são os principais acontecimentos que marcaram esta terça-feira:

O que aconteceu durante a noite?

  • O parlamento ucraniano aprovou oficialmente esta terça-feira a nomeação de Ihor Klymenko como ministro do Interior e de Vasily Malyuk como líder dos Serviços de Segurança da Ucrânia, cargos que os responsáveis já ocupavam de forma interina. Também foram nomeados governadores em três regiões do país, incluindo duas anexadas pela Rússia em setembro do ano passado.
  • As autoridades ucranianas denunciam ataques russos em Kharkiv. Segundo o presidente da câmara de Kharkiv, Ihor Terekhov, a zona industrial foi atingida durante um ataque aéreo. Já o governador regional, Oleh Syniehubov, disse que as forças Moscovo lançaram entre seis a dez mísseis S-300 na parte central da cidade.
  • Os Estados Unidos aprovaram a venda de 18 Sistemas de Artilharia de Alta Mobilidade (Himars) à Polónia, país que faz fronteira com a Ucrânia, por 10 mil milhões de dólares (cerca de 9350 milhões de euros).
  • As últimas 24 horas foram para as forças russas as mais mortais desde o início da guerra, em fevereiro do ano passado, noticiou o The Guardian. Segundo as Forças Armadas ucranianas, morreram em combate 1.030 militares russos, aumentado para 133.190 o número de baixas russas desde o início da invasão.
  • Os ministros de Defesa da Alemanha, dos Países Baixos e da Dinamarca avançaram num comunicado conjunto que a Ucrânia irá receber nos próximos meses pelo menos cerca de 100 tanques do modelo Leopard-1 dos stocks industriais. Os três países também se comprometeram a treinar as tropas ucranianas no uso destes tanques, um predecessor do modelo mais avançado Leopard-2, que também serão entregues pelos parceiros de Kiev.
  • A Rússia está a tentar recomeçar “grandes operações ofensivas” desde o início do mês de janeiro, com o objetivo de ocupar as zonas que as tropas ucranianas ainda controlam na região de Donetsk, avançou o Ministério da Defesa do Reino Unido. No habitual relatório diário refere que as forças russas estão a avançar apenas algumas centenas de metros por semana.

O que aconteceu durante a tarde?

  • O Ministério da Defesa da Alemanha indicou que os tanques Leopard-2 A6 vão chegar ao território ucraniano no final do mês de março. O anúncio coincidiu com a visita do ministro alemão Boris Pistorius a Kiev, onde foi recebido pelo homólogo ucraniano, Oleksii Reznikov, a quem entregou uma réplica em miniatura de um Leopard-2.

  • Um tribunal russo rejeitou  um recurso do Novaya Gazeta e manteve a decisão de revogar a licença do jornal independente, avançou a Sky News. O órgão regulador das telecomunicações alegou que o jornal não entregou, de acordo com as regras em vigor, “os estatutos da redação” durante um novo registo administrativo em 2006.
  • O Presidente da Ucrânia pediu o fim dos rumores numa altura em que se especula sobre a possibilidade de o atual ministro da Defesa ser removido do cargo. “Agradeço a todos os que se abstêm de espalhar rumores ou pseudoinformação que pode enfraquecer o foco do nosso pessoal no seu trabalho para a vitória da Ucrânia”, escreveu Zelensky na conta oficial de Telegram.
  • O ministro da Defesa russo acusou os Estados Unidos e os seus aliados de prolongarem propositadamente a guerra, e avisa que o fornecimento contínuo de armamento pesado a Kiev terá como consequência o envolvimento direto de países da NATO.
  • As autoridades ucranianas garantem que dezenas de milhares de russos estão neste momento a ser enviados para o leste da Ucrânia em antecipação de uma ofensiva de larga escala, prevista para 15 de fevereiro.
  • A Rússia exigiu aos Estados Unidos que pare de espalhar aquilo que Moscovo classifica como fake news sobre as operações na Ucrânia, e ameaçou mesmo expulsar diplomatas norte-americanos do país.
  • O secretário da Defesa Nacional e do Conselho de Defesa da Ucrânia mostrou-se confiante quanto às perspetivas do país conseguir obter aviões de combate F-16 de fabrico norte-americano. Em declarações à CNN Internacional, Oleksiy Danilov diz que é “uma questão de tempo” até Kiev ter em os caças em sua posse.
  • Depois de se ter mostrado a favor da possibilidade de atletas russos competirem sob uma bandeira neutra nos Jogos Olímpicos de Paris em 2024, a presidente da Câmara de Paris diz agora que esse cenário seria “indecente” enquanto a guerra durar.

O que aconteceu durante a manhã?

  • O líder checheno disse acreditar que a “operação militar especial” que a Rússia desencadeou na Ucrânia vai terminar já no final deste ano. , Ramzan Kadyrov sublinhou que os Estados europeus vão ter “reconhecer os erros das suas ações” ao apoiar a Ucrânia e que o Ocidente “vai ter de se ajoelhar”.
  • Josep Borrell, alto-representante para os Negócios Estrangeiros da União Europeia, anunciou a criação de um centro para recolher e partilhar “ameaças provenientes da desinformação” para contrariar manipulações da Rússia e outros países.
  • As tropas russas atacaram as comunidades de Krasnopillia, Seredyna Buda e Hluhiv, na região de Sumy, com morteiros e artilharia durante a noite passada, segundo dá conta o Kyiv Independent. A zona de Kharkiv também foi alvo de ataques russos durante a noite, que deixaram um hospital na cidade de Vovchansk em chamas.
  • A Rússia e o Irão estarão a avançar com planos para construir uma fábrica de drones em território russo, noticiou o jornal Wall Street Journal. As instalações teriam capacidade para produzir, pelo menos, 6000 destes equipamentos de design iraniano para a serem utilizados na guerra na Ucrânia.
  • Haverá planos para que o Presidente norte-americano visite a Polónia para assinalar um ano de conflito entre Rússia e Ucrânia, avançou a NBC.  Contudo a viagem não estará ainda finalizada e até ser anunciada pela Casa Branca poderá haver alterações. Não se sabe se haverá ou não outras paragens nesta mesma viagem.