A imprensa britânica especulava que Rishi Sunak viria a anunciar uma remodelação no seu governo esta terça-feira e assim aconteceu. O primeiro-ministro britânico criou quatro novos ministérios e apontou Greg Hands como novo presidente do Partido Conservador.

Downing Street anunciou na sua conta de Twitter a criação de quatro novos ministérios “com a aprovação de Sua Majestade o Rei”, bem como dos titulas das novas pastas: Department for Energy, Security and Net Zero (que se pode traduzir como ministério da Energia, Segurança e Neutralidade Carbónica) com Grant Shapps como ministro, deixando assim o ministério Economia, Energia e Estratégia Industrial. Department for Science, Innovation and Technology (ministério da Ciência, Inovação e Tecnologia), resulta do anterior ministério da Cultura, Desporto, Comunicação Social e Digital, do qual Michelle Donelan era ministra e manterá agora a responsabilidade da nova pasta.

Department for Business and Trade (ministério de Negócios e Comércio), com Kemi Badenoch como ministra e acumulando a responsabilidade pela Economia num ministério que funde as duas posições e com a secretaria de Estado Mulher e Igualdade. O Department for Culture, Media and Sport (ministério da Cultura, Media e Desporto) terá Lucy Frazer como ministra, deixando o cargo de secretária de Estado da Habitação.

A imprensa britânica especulava que esta terça-feira seria um dia de grande agitação política com alterações no governo, bem como o nome do próximo presidente do Partido Conservador, depois de Sunak ter demitido Nadhim Zahawi há cerca de uma semana. Os membros do governo britânico reúnem-se, habitualmente, à terça-feira de manhã, mas este dia 7 de fevereiro a reunião foi adiada das 9h00 para as 15h00.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O governo britânico já teve um Department of Energy and Climate Change (o ministério da energia e das Alterações Climáticas), mas foi dissolvido em 2016. Rishi Sunak tinha prometido recuperar o ministério da energia durante a sua corrida à liderança do Partido Conservador e do governo britânico, no passado mês de julho.

No entanto a primeira novidade anunciada por Downin Street esta terça-feira de manhã foi o nome de Greg Hands como novo presidente do Partido Conservador e ministro sem pasta.

No final do mês de janeiro o primeiro-ministro demitiu o presidente do seu partido e ministro sem pasta no seu governo, Nadhim Zahawi, por questões relacionadas com o fisco. Zahawi terá liquidado impostos não pagos no valor de vários milhões de dólares, relativos ao que disse ser um erro fiscal “involuntário” no tempo em que chefiou o Tesouro britânico, nos últimos meses do mandato de Boris Johnson como primeiro-ministro.

Primeiro-ministro britânico demite presidente do Partido Conservador

Depois dos anúncios de Downing Street os novos titulares dos cargos regiram nas redes sociais. Greg Hands, novo presidente dos Tories, escreveu no Twitter que está “entusiasmado” com o novo cargo. Como presidente do partido, Hands será responsável por mobilizar os conservadores para as eleições locais de 4 de maio e preparar as legislativas previstas para 2024, numa altura em que os Tories estão atrás do Partido Trabalhista nas sondagens.

Grant Shapps, novo ministro da Energia, Segurança e Neutralidade Carbónica, escreveu que o seu foco será assegurar “o fornecimento de energia a longo prazo, reduzir as contas e, assim, ajudar a reduzir a inflação para metade”.

O primeiro-ministro também recorreu à sua conta pessoal no Twitter para explicar: “Estas mudanças vão focar as equipas em questões que vão construir um futuro melhor para os nossos filhos e netos”. Rishi Sunack acredita que “o governo precisa refletir as prioridades do povo britânico e ser desenhado para responder”.

O vice-primeiro-ministro e ministro da Justiça, Dominic Raab, manteve-se no posto, apesar de estar sob pressão para se afastar devido a um inquérito sobre o comportamento intimidatório sobre alguns subordinados que se queixaram.

Rishi Sunak, que completou 100 dias em funções na semana passada, já tinha sido obrigado a mexer na equipa quando demitiu Gavin Williamson em novembro de ministro sem pasta devido igualmente a alegações de ‘bullying’ junto de colegas.