O anúncio do envio de três tanques Leopard 2 para a Ucrânia, durante o debate preparatório do Conselho Europeu, no parlamento, na tarde desta quarta-feira, foi o momento considerado oportuno pelo líder do Chega, André Ventura, para perguntar a António Costa se mantinha a confiança política no ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, que esteve ena comissão parlamentar de Defesa a responder a perguntas relacionadas com a polémica dos custos nas obras do antigo Hospital Militar de Belém.

Ventura considerou que Cravinho – que foi ministro da Defesa entre 2018 e 2022 – “é uma bolha prestes a rebentar” e apontou-lhe “inconsistência e incoerência”.

“Verdadeiramente para si ninguém teria lugar neste Governo porque, seja franco, é contra a existência deste Governo”, respondeu Costa, que atirou a Ventura que cria o executivo à sua medida e não “à medida” do líder do Chega. “E pronto, acho que ficamos os dois igualmente satisfeitos e cada um cumpre a sua função”, rematou.

Costa confirma Zelensky em Bruxelas

Durante o debate, o primeiro-ministro confirmou  que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, vai marcar presença na reunião do Conselho Europeu esta quinta-feira, em Bruxelas, estando em discussão o apoio à Ucrânia e a sua adesão à União Europeia.

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“Há dois pontos fundamentais no Conselho Europeu de amanhã. Em primeiro lugar, a reunião com o Presidente Zelensky, que participará amanhã [quinta-feira] presencialmente no Conselho Europeu, e que nos permitirá debater em conjunto não só o processo de apoio à Ucrânia para continuar a fazer frente à agressão por parte da Rússia, mas também as perspetivas europeias da Ucrânia”, anunciou António Costa.

Na sua intervenção inicial, o lider do executivo socialista defendeu que “é importante reafirmar que, para além de a Ucrânia ter de cumprir os critérios de adesão, é sobretudo a União Europeia (UE) que tem de se interrogar sobre a necessidade de fazer as reformas institucionais e orçamentais para que tenha capacidade de as expectativas que criou não se traduzirem numa frustração amanhã”.

“Portanto, para que esses alargamentos sejam bem-sucedidos, é fundamental que a UE não ignore a necessidade de se reformar previamente”, rematou.