O ministro da Saúde afirmou esta quarta-feira que as regras de prevenção de risco sísmico dos hospitais serão “revisitadas”, em particular do futuro Hospital de Lisboa Oriental, mas que tal “não significa que haja nenhuma preocupação especial” sobre esta matéria.

“Trabalhamos regularmente com as instituições universitárias que fazem essa avaliação e revisitaremos o tema sem que daqui resulte uma preocupação especial”, afirmou Manuel Pizarro.

O ministro, que falava à margem da cerimónia de entrega do Prémio Bial de Medicina Clínica, que decorreu na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), garantiu que o tema será “seguramente revisitado”, mas que tal “não significa que haja, nesta matéria, nenhuma preocupação especial”.

Questionado sobre o futuro Hospital de Lisboa Oriental, Manuel Pizarro disse que o Ministério da Saúde está “até agora muito tranquilo com os resultados”.

“Repito, revisitaremos o tema e veremos se se justifica ou não mudar as regras de construção que são consensuais na comunidade cientifica e tem provado”, acrescentou.

Também à margem da cerimónia, o Presidente da República disse esta quarta-feira “não fazer sentido o alarmismo” quanto aos eventuais efeitos de um sismo nas zonas mais suscetíveis do país, lembrando que só depois de ouvidos os especialistas “se verá” que questões se colocam.

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“Acompanho o que diz a Ordem dos Engenheiros quanto a não fazer sentido o alarmismo em termos de uma visão pessimista quanto aos efeitos de um eventual sismo no quadro de zonas regiões sísmicas no nosso país”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

Aos jornalistas, o chefe de Estado disse que “só depois de ouvir os especialistas se verá exatamente, e sem alarmismos (…), que questões podem ocorrer precisamente numa situação específica ou de forma mais geral”.

Questionado sobre o projeto do futuro Hospital de Lisboa Oriental apresentar “falhas graves”, Marcelo Rebelo de Sousa assegurou que o Governo “está a acompanhar” a matéria.

Na segunda-feira, em entrevista à TVI/CNN, o professor do Instituto Superior Técnico, Mário Lopes, afirmou que “os principais hospitais de Lisboa e do sul de Portugal vão colapsar no próximo grande sismo” e que “o futuro hospital central de Lisboa sofre de um erro histórico de projeto”.

Esta quarta-feira, em entrevista à Antena 1, o bastonário da Ordem dos Engenheiros, Fernando Almeida Santos, explicou que se o projeto do novo hospital “não tem proteção máxima, é porque não precisa”.

“Já quanto aos edifícios mais antigos como os grandes hospitais de Lisboa e do Porto, Fernando Almeida Santos lembra que há fatores imprevisíveis que não permitem antecipar o que aconteceria em caso de sismo”, acrescenta.