Dois jogos, duas goleadas, nove golos marcados por uns e sofridos por outros. No espaço de cinco dias, o Benfica goleou o Sporting em duas ocasiões diferentes, em duas competições diferentes e em dois relvados diferentes. Esta quarta-feira, no terceiro dérbi de futebol feminino em menos de três semanas, os encarnados procuravam carimbar a superioridade total e os leões procuravam resgatar uma réstia de orgulho.

Em Alcochete, no Estádio Aurélio Pereira, o Sporting recebia o Benfica na segunda mão das meias-finais da Taça da Liga. Na primeira mão, no Seixal, os encarnados golearam os leões por 4-1. Dias antes, em pleno Estádio da Luz e num dia onde foi quebrado o recorde de assistência de um jogo oficial de futebol feminino em Portugal, já tinham goleado por 5-0 na Taça de Portugal. Ou seja, mais do que sonhar com uma eventual reviravolta que proporcionasse o apuramento para a final, a equipa de Mariana Cabral pretendia evitar uma nova derrota pesada.

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“Vamos jogar o jogo pelo jogo. Sabemos que o Benfica está em vantagem, que temos menos probabilidades de passar, mas vamos agarrar-nos com todas as forças às probabilidades que temos e disputar o jogo. Precisamos de crescer, de evoluir. São projetos diferentes. O do Sporting é muito assente na formação, queremos preparar as jogadoras para o futuro, para que cresçam. Sabemos que é por aí que temos de ir e competir”, atirou a treinadora leonina na antevisão.

Do outro lado, Filipa Patão garantia que as recentes goleadas não tornavam mais fácil o jogo desta quarta-feira. “Não há jogos iguais. Partimos com vantagem e temos os nossos objetivos, que não passam por aguentar o resultado mas sim por fazer o que se impõe ao Benfica, que é procurar a vitória. Encaramos todos os jogos como estímulo competitivo e precisamos deles para continuar a crescer e motivar as jogadoras a trabalharem cada vez mais”, considerou a técnica encarnada.

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Mariana Cabral lançava Ana Capeta, Diana Silva e Ana Teles no onze inicial, deixando Rita Fontemanha no banco, e Filipa Patão apostava em Kika, Cloé e Jéssica Silva, com Nycole Raysla a ser suplente. Não foi preciso esperar muito para perceber que este seria o dérbi mais equilibrado dos três mais recentes, já que o Sporting ia conseguindo empurrar o Benfica para o próprio meio-campo e explorar o espaço entre Catarina Amado e Ana Seiça.

E foi precisamente assim que chegou ao golo, com Diana Silva a isolar Capeta depois de um passe de Andreia Bravo e a internacional portuguesa a bater Rute Costa com um bom remate em jeito (26′). Ainda antes do intervalo, porém, as encarnadas empataram por intermédio de Jéssica Silva num lance de insistência e após um cruzamento de Andreia Norton (39′). No fim da primeira parte, o Benfica tinha pé e meio na final da Taça da Liga.

Nenhuma das treinadores fez alterações ao intervalo e os primeiros 10 minutos do segundo tempo tiveram dois golos de rajada: Kika aproveitou um erro de Carolina Beckert para bater Hannah Seabert com um chapéu de belo efeito (51′) e Ana Capeta, pouco depois, bisou para repor a igualdade na sequência de uma investida de Chandra Davidson na direita (53′). O passar dos minutos foi expondo as debilidades defensivas do Sporting, que não tinha capacidade para sair do próprio meio-campo, e Kika acabou por aproveitar um lance de transição rápida para bisar e colocar o Benfica a vencer (58′).

Até ao fim, com um remate forte e cruzado, Marta Cintra ainda aumentou a vantagem encarnada (90′). Ao terceiro dérbi em menos de três semanas, o Benfica voltou a golear o Sporting — e voltou a vencer (2-4), não permitiu sequer grandes aventuras na eliminatória e apurou-se para a final da Taça da Liga de futebol feminino.