O Presidente colombiano, Gustavo Petro, anunciou que irá apresentar um projeto de lei ao Congresso para promover a rendição à Justiça dos grupos armados que cometem crimes no país.

“Quem negocia com eles não pode ser o governo, não se trata mais do poder. Com o narcotráfico não se negocia poder, mas sim é a Justiça que tem de negociar com esse tipo de organizações“, disse na quarta-feira o Chefe de Estado.

O governante acrescentou: “Vamos apresentar a lei em 15 de fevereiro, que pode apresentar caminhos, saídas, para que as coisas não tenham que ir até ao puro extermínio, mas pode ser uma saída pacífica se houver vontade”.

O anúncio ocorre após objeções do procurador-geral da Colômbia, Francisco Barbosa, que se recusou a revogar os mandados de prisão contra 16 chefes paramilitares, alegando que a revogação não tinha fundamento legal.

Por outro lado, Petro assegurou, no município de Yarumal, no departamento de Antioquia, que não pode aceitar um cessar-fogo sem que terminem as hostilidades contra a população e os negócios ilegais, como o tráfico de drogas e a mineração.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O Presidente apelou ao fim dos massacres, assassínios de líderes sociais, deslocamentos e confinamentos e colocação de minas antipessoais, bem como ao regresso das famílias expulsas das suas terras.

“Então, obviamente, não a vamos perseguir (uma organização disposta a aceitar o cessar-fogo), vamos convidá-la a recorrer à lei. Mas, se não for assim, a força pública tem de agir, deve e tem de agir”, acrescentou.

Em 1 de janeiro, Petro anunciou um “cessar-fogo” de seis meses com os cinco principais grupos armados que atuam na Colômbia, entre os quais o Exército de Libertação Nacional, com o qual está envolvido em novas negociações de paz.