O presidente do PSD disse esta quarta-feira acompanhar, “na plenitude”, a preocupação do Presidente da República relativamente à execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu de manhã que a execução PRR tem de acelerar e anunciou que irá receber o primeiro-ministro, António Costa, para um ponto da situação, na próxima semana.

“É verdade que o senhor Presidente da República, nós temos que o reconhecer, tem sido muito exigente e reincidente no aviso que tem feito ao Governo de que o PRR está a ser executado com muita lentidão e de que os efeitos destes muitos milhões de euros, são 18,2 mil milhões de euros, não estão a chegar à economia real. E eu só posso dizer que acompanho, na plenitude, essa preocupação do senhor Presidente da República. Nós próprios temos também alertado para essa situação”, disse Luís Montenegro.

O líder do PSD falava aos jornalistas em Gouveia, onde visitou Casais de Folgosinho, uma zona afetada pelos incêndios na serra da Estrela, na freguesia de Folgosinho, concelho de Gouveia, distrito da Guarda, no âmbito da iniciativa “Sentir Portugal”.

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Luís Montenegro referiu que esta quarta-feira conversou com autarcas e representantes de instituições sociais e concluíram que à região da Guarda ainda não chegou “nenhum euro” do PRR e há “muitas dúvidas que haja condições para o executar se tudo se mantiver na mesma”.

“É preciso arrepiar caminho. Como eu disse ontem [terça-feira], o doutor António Costa tem de deixar de pedalar a bicicleta para trás, porque quando se pedala para trás uma bicicleta, a bicicleta não sai do mesmo sítio”, insistiu.

Para o dirigente social-democrata, “é basicamente isso que tem acontecido com o PRR” e o Presidente da República “faz muito bem por manter a pressão alta sobre o Governo, porque o Governo precisa efetivamente de a assentir e de, com isso, poder atalhar caminho e poder dar resposta àquilo que está na base deste programa”.

O líder do PSD lembrou que o PRR é para recuperar Portugal e dar-lhe resiliência e disse verificar que alguns países na Europa estão a conseguir fazê-lo e Portugal não.

Questionado sobre a notícia de que a Comissão Europeia desembolsou a segunda tranche de 1,8 mil milhões de euros do PRR de Portugal, Marcelo respondeu que “o que se espera é que continue e se acelere a utilização dos fundos europeus”.

“A execução está a avançar em muitos aspetos, o senhor primeiro-ministro tem ido visitar várias obras, mas aquilo que está a ser feito de execução ainda é pouco, por causa desta tramitação administrativa”, considerou Marcelo Rebelo de Sousa, insistindo que “2023 é o ano para acelerar essa execução”, disse o chefe de Estado de manhã.