Os comerciantes de Oeiras que foram afetados pelas cheias de dezembro e que pediram apoios à Câmara Municipal vão começar a receber subsídios na segunda-feira, segundo a autarquia, que vai ajudar também duas associações desportivas.

De um total de 21 comerciantes que vão receber os apoios municipais, oito empresários receberão nesse dia os subsídios da Câmara de Oeiras, num valor total de quase 64.900 euros, nos Paços do Concelho.

Em comunicado, o município informa que vai pagar entre 20% e 50% dos prejuízos apresentados pelos comerciantes.

“Refira-se que as candidaturas se mantêm abertas. A concessão do apoio previsto depende da apresentação de requerimento, mediante o preenchimento do formulário próprio que está disponível no portal institucional do município”, lê-se ainda na nota.

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A Câmara Municipal de Oeiras criou, em dezembro de 2022, um fundo no valor de 1,5 milhões de euros, “com o objetivo de garantir a sua comparticipação na reposição da normalidade da atividade económica e empresarial”, após as cheias e inundações que ocorreram em dezembro do ano passado e que afetaram em particular, neste concelho do distrito de Lisboa, a Baixa de Algés, onde morreu uma mulher.

Além destes apoios aos comerciantes, a autarquia liderada pelo independente Isaltino Oeiras anunciou esta sexta-feira que irá atribuir um apoio financeiro extraordinário a duas associações desportivas do concelho afetadas pelas cheias, disponibilizando uma verba de 350 mil euros.

“Estas comparticipações financeiras, para obras e aquisição/manutenção de equipamentos, totalizam um montante global de 350 mil euros, cabendo à Associação Desportiva de Oeiras (ADO) o montante de 100 mil euros, correspondente a 77% do custo estimado, e ao Sport Algés e Dafundo (SAD) o montante de 250 mil euros, correspondente a 85% do custo estimado”, indica o município.

A chuva intensa e persistente que caiu em dezembro levou o concelho de Oeiras, um dos mais afetados na Grande Lisboa, a reportar prejuízos de 16 milhões de euros.

Em janeiro, o Governo anunciou que o mau tempo registado entre o final de 2022 e o início de 2023 causou prejuízos de 293 milhões de euros no território continental, ascendendo o volume de apoios a conceder a cerca de 185 milhões de euros.

Oeiras estabeleceu um fundo de 1,5 milhões de euros destinado essencialmente a comerciantes e famílias.

As empresas de seguros têm de pagar mais de 47 milhões de euros de indemnizações por danos causados pelas inundações em dezembro na Área Metropolitana de Lisboa, segundo um balanço provisório divulgado no início de janeiro pela Associação Portuguesa de Seguradores.

Também na Grande Lisboa, a Câmara Municipal de Amadora, em resposta a questões colocadas pela agência Lusa, informou esta semana que, no concelho, ainda não foram reparados os estragos advindos das intempéries de dezembro na Estrada Nacional 117.

“A Câmara Municipal procedeu à estabilização de alguns muros de contenção e reparou vias de circulação. Neste momento, a única intervenção a decorrer é da responsabilidade da Infraestruturas de Portugal na EN117”, disse a autarquia.

Questionada sobre se já foram recebidos apoios do Governo, que vai ajudar os municípios com prejuízos registados, a autarquia informou apenas que o executivo nacional publicou uma resolução com as “medidas de apoio à administração local para apoiar a reposição e reparação de infraestruturas e equipamentos públicos municipais de suporte às populações destruídos pelas cheias e inundações”.

A Câmara Municipal da Amadora comunicou prejuízos de dois milhões de euros em infraestruturas públicas na sequência do mau tempo registado em dezembro.