O eurodeputado belga Marc Tarabella foi detido para interrogatório no âmbito da investigação ao alegado esquema de corrupção no Parlamento Europeu que ficou conhecido como Qatargate, depois de a sua imunidade parlamentar ter sido levantada na semana passada, avança a Reuters. Tarabella é suspeito de ter recebido 140 mil euros para defender os interesses do Qatar junto da instituição europeia.

Qatargate: Parlamento Europeu vai levantar a imunidade a mais dois deputados

A polícia federal da Bélgica fez esta sexta-feira de manhã novas buscas no âmbito do Qatargate. Em comunicado, as autoridades informaram que a operação visou “um cofre de depósito bancário localizado em Liège”, que segundo o The New York Times pertencente a Tarabella, e escritórios na Câmara Municipal de Anthisnes, perto de Liège, onde o eurodeputado foi autarca.

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Tarabella deverá ser ouvido ainda esta sexta-feira, refere o jornal norte-americano. Um juiz irá decidir que acusações irá pender sobre si.

O eurodeputado belga tem repetidamente defendido a sua inocência, tendo votado a favor do levantamento da sua imunidade parlamentar para que possa “responder às perguntas das autoridades e ajudar a Justiça a esclarecer o caso”.

Polícia italiana procura eurodeputado Cozzolino para o deter

Também esta sexta-feira, a polícia italiana efetuou buscas na casa de Nápoles do eurodeputado Andrea Cozzolino, igualmente suspeito de participar no esquema de subornos no Parlamento Europeu com o Qatar e Marrocos, cumprindo um mandado de captura europeu, mas não o encontrou.

Em declarações à agência Ansa, um dos seus advogados, Dezio Ferraro, indicou que Cozzolino está internado numa clínica devido a problemas de saúde. 

O escândalo foi denunciado em dezembro passado e afetou, em primeiro lugar, a então vice-presidente daquele órgão europeu, a social-democrata grega Eva Kaili, detida em flagrante delito e indiciada desde o momento das revelações e detenções. Também detido foi o ex-eurodeputado socialista italiano Pier Antonio Panzeri, considerado o cabecilha do esquema de corrupção, mas este fez um acordo para colaborar com a investigação judicial belga como “arrependido”, em troca de uma redução da sentença.

A mulher e a filha de Panzeri, Maria Colleoni e Silvia Panzeri, foram colocadas em prisão domiciliária em Milão, no norte de Itália, a 10 de dezembro, acusadas de estarem a par das ações do então eurodeputado, mas, a 26 de janeiro, a Justiça italiana libertou-as, depois de a Bélgica ter desistido de pedir a extradição de ambas.

Além de Panzeri e Kaili, a polícia belga deteve o namorado da política grega, o assessor parlamentar Francesco Giorgi, e o lobista e secretário-geral da organização não-governamental No Peace Without Justice (Não Há Paz Sem Justiça, em tradução livre), Niccolò Figa-Talamanca, este último libertado na semana passada.

*Notícia atualizada às 23h30 de dia 10 de fevereiro de 2023 com a informação relativa a Andrea Cozzolino