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As autoridades norte-americanas estão a considerar a possibilidade de enviar para a Ucrânia armas e munições apreendidas na costa do Iémen a contrabandistas suspeitos de trabalhar para o Irão. São mais de 5.000 rifles, 1.6 milhões de rondas de munições de pequenas dimensões, 7.000 fusíveis de proximidade e 20 mísseis antitanque que Washington pondera enviar para Kiev, segundo avançaram ao Wall Street Journal oficiais norte-americanos e europeus.

As armas e munições terão sido apreendidas nos últimos meses pelas autoridades norte-americanas e francesas num esforço para impedir que o Irão equipe combatentes no Iémen. No entanto, de acordo com um embargo de armas da Organização das Nações Unidos (ONU), os equipamentos capturados nestas operações têm de ser armazenados ou destruídos, aponta o Wall Street Journal.

É nessa resolução da ONU que reside o problema que a administração de Joe Biden está a tentar resolver: encontrar uma justificação legal para fornecer armas de um país em conflito para outro.

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O Irão é acusado de fornecer armas avançadas para equipar os rebeldes Houthi no Iémen, que em 2014 derrubaram o regime do país. Esta segunda-feira o Reino Unido alegou, pela primeira vez, ter provas dessas transações, proibidas por uma resolução da ONU.

Reino Unido apresenta prova da ligação do Irão ao armamento da rebelião iemenita

As armas iranianas não estão a chegar só ao Iémen como, segundo a Ucrânia e os seus aliados, têm sido fornecidas à Rússia. Nos últimos meses, Kiev disse que nos ataques russos a infraestruturas civis e energéticas Moscovo tem recorrido a drones produzidos pelo Irão.

Até agora o Kremlin negou as acusações. Já o regime de Teerão admitiu ter enviado um fornecimento de drones para o território russo, mas antes do início da invasão.

Caso os EUA consigam efetivamente enviar o pacote de armas apreendidas para a Ucrânia, isso significaria um golpe para o Irão. “É uma mensagem pegar nas armas destinadas a equipar os representantes do Irão e usá-las para atingir as nossas prioridades na Ucrânia“, resumiu um dos oficiais ao Wall Street Journal.