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A bebé “milagre” que nasceu sob os escombros, e perdeu toda a família, após os sismos em Aleppo, na Síria, sofreu três tentativas de rapto nas últimas 48 horas, denunciou esta quarta-feira o Observatório Sírio para os Direitos Humanos. Os incidentes levaram a que Aya — nome árabe para “um sinal de Deus” — fosse movida para “um local seguro”, de acordo com as autoridades de saúde.

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A última tentativa de rapto aconteceu na terça-feira, quando dois homens armados invadiram o Hospital Cihan, onde a bebé permanece internada, na localidade de Afrín, no norte da Síria. Os dois homens e um terceiro, enfermeiro do hospital, agrediram o chefe da unidade hospitalar com a aparente intenção de levar a bebé à força.

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O líder da autoridade de saúde de Áfrin confirmou que Aya foi movida para um novo local, mas negou que tal se tenha devido a uma tentativa de rapto. “As alegações de sequestro foram um mal-entendido. Tudo isto foi um incidente interno do hospital, não teve qualquer ligação com a bebé”, referiu Ahmad Haji Hassan à BBC.

O Observatório Sírio afirmou que os assaltantes pertenciam à milícia turca Sultan Murad Brigade, que opera na zona, acrescentando que pretendiam entregar Aya a pessoas ligadas ao governo sírio “em troca de altíssimas somas de dinheiro”.

Bebé que nasceu debaixo dos escombros na Síria já tem nome

Segundo a denúncia do Observatório, vários grupos têm tentado raptar a bebé por razões financeiras, uma vez que o seu caso tem suscitado interesse internacional e já antes organizações tinham oferecido dinheiro para adotá-la, revelou em comunicado a organização não-governamental sediada no Reino Unido, e que tem colaboradores no terreno.

Aya tem sido acompanhada de perto desde o seu nascimento e pessoas de todo o mundo têm-se oferecido para ajudá-la; outras pessoas alegam falsamente serem parentes da criança, o que motivou vigilância policial no local, revelou fonte médica.

A mãe de Aya morreu após dar à luz após o terramoto de magnitude 7,8 que atingiu a Turquia e a Síria, assim como o pai e quatro irmãos.

Aya pode deixar o hospital nos próximos dias, de acordo com o seu tio-avô, Saleh al-Badran, que adiantou que a tia paterna da bebé, que deu à luz recentemente e sobreviveu ao terremoto, pretende criar a criança.