A embaixadora dos Estados Unidos no Brasil anunciou que a administração norte-americana vai contribuir para o Fundo Amazónia, o mais importante esforço de cooperação internacional para a preservação da floresta tropical.

A contribuição vai ser definida, nas próximas semanas, pelo Congresso dos EUA, indicou Elizabeth Frawley Bagley, numa conferência de imprensa, na quinta-feira, em Brasília.

“Em relação ao Fundo Amazónia, do qual estamos muito felizes em fazer parte, o Congresso dos Estados Unidos vai decidir e determinar os valores exatos autorizados” a contribuir, disse Frawley Bagley.

A embaixadora indicou que a Casa Branca e o Senado, a câmara alta do Congresso, “vão trabalhar juntos para estabelecer esses valores” e “nas próximas semanas” os números serão divulgados.

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Atualmente, o fundo conta com recursos de 5,4 mil milhões de reais (971,4 milhões de euros) com 1,8 mil milhões de reais (323,8 milhões de euros) já contratados e 14 projetos aprovados em licitação desde 2018.

No dia 10 deste mês, o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, manifestou confiança de que os EUA passariam a contribuir para o Fundo Amazónia, no final de um encontro com o homólogo norte-americano, Joe Biden.

Lula da Silva confiante de que EUA vão aderir ao Fundo Amazónia

“Não só acho que (os EUA) vão (aderir ao Fundo), como é necessário que participem, porque veja: o Brasil não quer transformar a Amazónia num santuário da humanidade, mas também não quer abrir mão” da soberania da Amazónia, disse Lula da Silva, a jornalistas em Washington.

“Eu queria muito que o Presidente Biden participasse na construção de um Fundo com todos os países desenvolvidos do mundo para que possamos cuidar melhor do nosso planeta. (…) O que queremos mesmo é partilhar a ciência do mundo todo, um estudo profundo sobre a necessidade de manter a Amazónia, mas extrair da biodiversidade amazónica algo que possa significar uma melhoria na qualidade de vida dos 25 milhões de pessoas que lá vivem”, frisou.

Logo depois destas declarações, o Governo brasileiro indicou, em comunicado conjunto, que os EUA tinham anunciado a intenção de fornecer recursos para programas de proteção da Amazónia brasileira, “incluindo apoio inicial ao Fundo Amazónia”.

O Fundo Amazónia foi criado por Lula da Silva em 2009 para ajudar no combate à desflorestação da zona e era financiado principalmente pela Noruega e Alemanha.

Contudo, esses dois países congelaram as contribuições para o fundo devido ao avanço da desflorestação na Amazónia durante o Governo de Jair Bolsonaro, tendo já manifestado vontade de retomar o processo com Lula no poder.

O Fundo Amazónia, para reduzir a desflorestação e aumentar a fiscalização, conta desde quarta-feira com a reintegração do Comité Orientador do Fundo Amazónia, presidido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social brasileiro.