Durante alguns segundos, a imagem é caótica. Centenas de pessoas, sobretudo jovens, correm e juntam-se à volta de um carro, perto de um hotel luxuoso de cuba. O objetivo? Tentar agarrar alguns dos dólares que duas pessoas tiram dos bolsos e vão atirando ao ar.

A cena aconteceu na quinta-feira passada, em Cuba, e está a gerar uma polémica tal que já obrigou o governo cubano a vir responder e desmentir a versão que circulava inicialmente — o responsável pela inusitada distribuição de dinheiro na rua seria o rapper norte-americano Tekashi 6ix9ine, hospedado naquele hotel (Iberostar Grand Packard).

Perante a polémica nas redes sociais, onde circulam desde então vídeos do momento, o ministério do Turismo cubano veio pronunciar-se. Numa nota publicada no seu site oficial, o ministério refere-se ao “incidente” ocorrido em Havana durante a “visita privada do rapper, cantor e compositor”, e que terá “provocado” que um grupo de seguidores do músico “se aglomerasse em frente ao hotel com o objetivo de o ver”.

“Ao mesmo tempo que isto acontecia, soubemos que duas pessoas desconhecidas do cantor, uma delas fingindo ser ele, de forma desrespeitadora e com claros objetivos de provocação, atiraram notas à população”. O ministério acrescenta ainda que confirmou que os atos destas duas pessoas não “vinculam” o rapper, que continua a sua visita a Cuba.

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O próprio Tekashi 6ix9ine desmentiu, na altura, ter sido responsável pelo momento, tendo dito que alguém estava a tentar passar por ele. “É de loucos”.

Não é difícil perceber porquê: no Instagram do rapper há inúmeros vídeos que mostram Tekashi 6ix9ine a distribuir bens valiosos, como malas Birkin, da marca de luxo Hermès, ou a dormir num avião com maços de notas ao colo.

Segundo o jornal espanhol El Periódico, não é a primeira vez que o músico se vê envolvido numa polémica, tendo também um longo historial de problemas com a justiça, incluindo acusações de tráfico de drogas ou o abuso sexual de uma menor de 13 anos, pelo qual foi condenado quatro anos em liberdade condicional.

A polémica em Cuba acontece num momento em que a ilha sofre uma crise económica aguda, lembra o mesmo jornal, com uma inflação galopante e uma dificuldade extrema da população em comprar bens essenciais.