O ministro da Saúde disse esta terça-feira que vai estar atento às reivindicações dos técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica que se manifestaram à porta do Hospital Fernando Fonseca (HFF), no concelho da Amadora, para exigir progressão na carreira.

Cerca de uma centena de profissionais do HFF manifestaram-se em frente ao hospital quando decorria uma visita do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, ao Serviço de Urgência Geral da instituição, entoando palavras de ordem como “Queremos progressão” ou “Nós só queremos subir na carreira“.

No final da visita, Manuel Pizarro deslocou-se ao local da concentração e falou com o presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica (STSS), Luís Dupont, sobre os motivos do protesto.

Depois de ouvir as explicações, o ministro disse: “Estarei atento“.

Em declarações à agência Lusa, Luís Dupont adiantou que a iniciativa desta terça-feira se integra num conjunto de ações de luta que têm vindo a ser promovidas a nível nacional e que visam demonstrar o descontentamento dos profissionais, bem como aprovar uma moção que identifica as matérias gerais da revisão da carreira.

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No caso específico do Hospital Fernando Fonseca, as reivindicações dizem respeito ao descongelamento de concursos e alterações ao Acordo de Empresa, especialmente nas matérias remuneratórias.

Este hospital, sendo um hospital EPE, tem características diferentes dos outros, porque tem um acordo de empresa e, portanto, há neste momento, além dos problemas gerais, problemas específicos que é necessário resolver nesta instituição, nomeadamente de progressão dos trabalhadores e de revalorização da tabela salarial”, referiu Luís Dupont.

A trabalhar há 25 anos neste hospital, que serve os concelhos de Amadora e Sintra, o técnico de radiologia José Falcão contou à Lusa que, desde o início do HFF, ainda não houve progressão de técnicos na sua generalidade.

Portanto, quando para muitas profissões a miragem é o topo de carreira, nós só pedimos a subida de um patamar na progressão vertical”, disse José Falcão, contando que têm sido muito prejudicados relativamente a outros hospitais em que, em 2018, foram atualizadas as carreiras.

O técnico superior de radiologia disse que os profissionais desta área se “sentem injustiçados” e que “nem vale a pena falar” comparativamente com outras profissões.

Acho que as entidades deviam olhar para nós e ver a situação em que nós estamos”, apelou José Falcão.

O STSS decidiu, após a reunião realizada no passado dia 10 de fevereiro, com o Ministério da Saúde, “não avançar de momento” com a vigília e a semana de protesto e luta que estavam previstas para fevereiro, mas manteve os plenários nas diversas instituições.

A próxima reunião com a tutela ficou já agendada para o dia 10 de março e terão a periodicidade mensal de forma a serem partilhados e discutidos documentos técnicos de trabalho, que darão suporte às matérias em negociação.