O Bloco de Esquerda questionou esta terça-feira o Governo sobre a “situação de grande incerteza” dos trabalhadores dos bares dos comboios da CP que estão “novamente com os postos de trabalho em risco“.

Segundo as perguntas enviadas pelo partido de Catarina Martins ao Ministério das Infraestruturas e ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, denúncias recebidas dão conta que os cerca de 130 trabalhadores dos bares dos comboios “encontram-se, novamente, numa situação de grande incerteza”.

Em causa o facto de a atual concessionária já ter informado “os trabalhadores de que os salários de fevereiro não serão pagos e que irá apresentar junto do tribunal um Plano Especial de Revitalização (PER)”.

A FESAHT, em comunicado, deu nota que requereu uma reunião ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, com a presença da Apeadeiro 2020 e com a CP, que se realizou em 23 de fevereiro, para exigir que a CP assumisse o serviço de bar e refeições dos comboios e os contratos de trabalho destes trabalhadores e fizesse novo concurso se entendesses continuar a externalizar o serviço. No entanto, a Apeadeiro 2020 faltou à reunião e alegou que não teria nada a acrescentar de novo aos trabalhadores e que o PER ainda não tinha dado entrada no tribunal”, refere o BE.

Na pergunta ao ministério de João Galamba sobre o facto dos postos de trabalho destes funcionários estarem novamente em risco, os bloquistas querem saber “como pensa o Governo atuar de maneira a ultrapassar de imediato a grave situação no serviço de restauração dos comboios da CP” e que medidas pretende tomar para assegurar o pagamento pontual dos salários e todos os direitos dos trabalhadores.

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Tendo em conta o grosseiro incumprimento das obrigações patronais da Apeadeiro 2020, a que se junta a perspetiva de rápida degradação e inviabilização do serviço, admite o Governo atuar para que a CP afaste de imediato a atual concessionária e realize os procedimentos urgentes para assegurar a normalização do serviço de restauração nos comboios”, questiona.

Já ao ministério de Ana Mendes Godinho o BE pergunta se já realizadas diligências pela Autoridade para as Condições do Trabalho e pela Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho sobre este caso.

Que medidas pensa o Governo tomar por forma a garantir o pagamento pontual dos salários e todos os direitos dos 130 trabalhadores da restauração dos comboios da CP”, quer ainda saber.

Precisamente na quarta-feira a coordenadora do BE, Catarina Martins, vai estar presente na concentração que estes trabalhadores vão fazer na porta do Ministério das Infraestruturas.