A BMW e a Toyota mantêm uma parceria técnica que lhes tem permitido partilhar soluções, de motores a chassis e, agora, a tecnologia de células de combustível (fuel cells) a hidrogénio. Depois da BMW ceder o chassi e mecânica do Z4, para a Toyota conceber o seu desportivo Supra, eis que chegou a ocasião dos japoneses compensarem os seus parceiros germânicos, dando-lhes acesso às fuel cells que a Toyota desenvolve desde 1992 e que lhe já lhe permitiram comercializar o primeiro Mirai em 2014 e a segunda geração seis anos mais tarde. Isto além das células que fornecem electricidade aos autocarros que a Caetano Bus fabrica no Norte, de onde exporta para o resto da Europa.

Nos últimos quatro anos, a BMW tem vindo a desenvolver as suas pilhas de combustível, a partir de células da Toyota. A marca alemã considera que está em condições de passar à fase seguinte e produzir 100 unidades do eléctrico iX5. Só que desta vez, a energia que alimenta os motores eléctricos do SUV alemão não está armazenada na bateria que transporta a bordo, sendo em vez disso produzida pela operação inversa à electrólise da água, juntando o hidrogénio quase puro que transporta num depósito ao oxigénio que existe no ar que respiramos, gerando água e… electricidade.

As 100 unidades do iX5 a fuel cell, que partilha o chassi com as versões equipadas com motores a combustão, são fabricadas no Research Innovation Center da BMW, em Munique. À semelhança dos Mirai e dos autocarros da Caetano Bus fabricados em Portugal, o iX5 monta igualmente uma bateria, só que muito mais pequena e destinada apenas a fornecer energia na fase de arranque, quando as células a hidrogénio ainda não produzem a quantidade de electricidade necessária. Este acumulador serve ainda para assegurar um boost de energia, para aquelas ocasiões em que o condutor pede mais potência ao motor do que a pilha pode fornecer, uma vez que está dimensionada para velocidade de cruzeiro.

A frota dos 100 BMW iX5 vai ser cedida a clientes específicos, para que os veículos possam ser testados em condições normais de utilização, fornecendo dados importantes ao construtor. O SUV alemão recorre à mais recente geração de motores eléctricos da marca, os eDrive. Fornece 401 cv e garante uma autonomia de 504 km em WLTP, graças aos 6 kg de hidrogénio que transporta no depósito pressurizado a 700 bar, outra tecnologia desenvolvida pela Toyota. Com a vantagem de necessitar de somente 3 a 4 minutos para reabastecer.

A BMW espera começar a produzir em série veículos eléctricos com células de combustível a partir de 2025, em parceria com a Toyota.

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