Chelsea e Leeds são duas equipas cujo momento de forma é tão mau que era impossível escrever um roteiro para que ficasse pior. O positivo para ambas, quando se encontraram em Stamford Bridge em jogo da Premier League, era a certeza de que alguma ia acabar a sorrir. Ou, pelo menos, pontuar. Correu melhor ao Chelsea que na jornada 26 venceu por 1-0 e regressou, quase um mês e meio depois, aos triunfos. João Félix e Enzo Fernández, que já levam um bom número de partidas no clube de Londres, venceram pela primeira vez no novo clube em Inglaterra.

Com o jogo da Liga dos Campeões diante do Borussia Dortmund a aproximar-se, o que estaria na cabeça do Chelsea? A Premier League é uma causa perdida, a Champions pode ser a salvação para uma equipa cujo investimento não tem tido retorno em forma de resultados. No entanto, também nos oitavos de final da prova milionária, os blues estão em desvantagem depois de terem perdido por 1-0 na primeira mão. O treinador da equipa londrina, Graham Potter, por muita confiança que tenha dos donos do clube, começa a ficar numa situação em que o cargo que ocupa pode vir a ser tomado por outra pessoa. A análise do treinador inglês à situação do Chelsea não podia ser outra.

“Os resultados não são bons o suficiente e sou responsável por isso. Quando se é treinador e os resultados não são bons, aceitamos as críticas. O meu trabalho é tentar preparar a equipa da melhor maneira possível e ganhar o jogo”, referiu Graham Potter. Mesmo que assuma a responsabilidade, o técnico também espera mais dos jogadores para que o Chelsea possa reverter a situação em que está. “Tenho a certeza de que os jogadores assumirão a responsabilidade e admitirão que também podem fazer melhor”.

Nessa lógica, João Félix referiu que o confronto com o Leeds era “muito importante”. “Não estamos num bom momento. Temos que mudar essa situação. Ganhar em casa com os nossos adeptos a apoiar-nos vai ser diferente. Estou certo de que vamos conseguir os três pontos”. O português que marcou o único golo do Chelsea em fevereiro mostrou ainda o desejo de ver a equipa entrar num bom momento. “Queremos ganhar, queremos marcar, queremos ter de novo a sensação de ganhar”.

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O Leeds, treinado pelo espanhol Javi Gracia de há dois jogos para cá, vinha de uma vitória na última jornada diante do Southampton. Foi o fim de um ciclo de 10 jogos sem ganhar que colocou os peacocks um ponto acima da zona de despromoção. Nos últimos nove jogos da Premier League, o Chelsea ganhou apenas um. Ou seja, a situação é má de ambos os lados.

Thiago Silva, Mason Mount e Reece James foram novidades no boletim clínico e desfalcaram o Chelsea. O Leeds também não se apresentou na máxima força. Rodrigo e Sinisterra foram os nomes de maior relevo que não estiveram na ficha do jogo.

João Félix, tal como Enzo Fernández, foi titular nos blues e, ainda na primeira parte, teve a melhor oportunidade do jogo, mas atirou à barra. Era um Chelsea muito eficaz nos momentos de transição ofensiva. Mesmo antes do português ter rematado ao ferro, Sterling lançou Havertz que soube aproveitar uma defesa desalinhada para atacar a profundidade e aparecer diante de Meslier que não se atirou ao chão, fez a mancha e defendeu com a mão direita.

O Chelsea mantinha a pouca inspiração contra o bloco baixo do Leeds. Por isso, o golo tinha que chegar num momento particular do jogo: a bola parada. Ben Chilwell cobrou o canto e Fofana (53′) — que rendera o ausente Thiago Silva — não saltou mais alto do que os defesas, mas saltou no tempo certo para cabecear para a vantagem.

Golos não têm abundado e os blues conformaram-se com o que conseguiram. Os adeptos em Stamford Bridge assobiaram a equipa nos momentos em que esta mantinha a bola na sua posse sem mostrar vontade de progredir. O Leeds cresceu com o espaço que Summerville teve para driblar e McKennie para definir através do passe. Os peacocks aproximaram-se da baliza — inclusivamente o guarda-redes Meslier subiu à área contrária –, mas não conseguiram inverter o resultado.