O antigo líder do PSD, Luís Marques Mendes, diz que é “compreensível” que “Passos Coelho queira voltar a ser primeiro-ministro” porque “embora ele não o diga, ele acha que tem uma obra inacabada Passos Coelho”. No espaço de comentário semanal na SIC, o antigo presidente socail-democrata antevê, porém, um “problema político”, uma vez que “para ser primeiro-ministro é preciso ser líder do PSD e o lugar de líder do PSD não está vago, está ocupado”. E acrescenta: “Luís Montenegro tem a sua legitimidade fresca e forte”.
Para Marques Mendes o “momento de especulação vai durar até às Europeias, que “vai ser o momento da verdade e da clarificação”. Ora, diz o comentador político: “Se o PSD ganha as eleições Europeias, Montenegro consolida-se, vai às legislativas, candidata-se e pode ser primeiro-ministro; se o PSD perder, Luís Montenegro pode ser forçado a sair e Passos Coelho querer dar um salto para entrar.”
Ainda no campo político, o antigo líder do PSD considera que Marta Temido, na entrevista que deu à SIC, “pré-anunciou a sua candidatura à câmara de Lisboa” e disse acreditar que, “no Porto, o candidato do PS vai ser o Manuel Pizarro”.
TAP deve ser privatizada a “60 a 70%” num primeiro momento
O comentador político adianta ainda que a privatização da TAP vai começar por ser parcial: o Estado deve abdicar “de 60 a 70%” da participação num primeiro momento, para depois, mais tarde, abdicar da restante posição.
Sobre a TAP, Marques Mendes diz que o normal seria que as duas pessoas responsáveis pela indemnização dada a Alexandra Reis “deviam ser postas na rua”. Porém, acredita que “o Governo não vai ter coragem de demitir a CEO da TAP”, apenas “eventualmente o chairman, porque é o elo mais fraco.”
Quanto à privatização da companhia no tempo do Governo de Passos Coelho, em que o PS acusa o PSD de ter favorecido Neelman na capitalização da empresa com capitais próprios, Marques Mendes diz que “no momento em que há a suspeita, [o negócio] tem de ser investigado, doa a quem doer”.