O Vaticano e a Grécia finalizaram esta terça-feira um acordo para a entrega de três esculturas do Pártenon ao povo grego. Os artefactos históricos têm estado na posse da cidade-Estado italiana há dois séculos e deverão chegar a Atenas a 24 de março.

A entrega das três esculturas, contudo, é vista pelo Vaticano como uma doação ao arcebispo cristão ortodoxo de Atenas e não como uma transferência de um Estado para outro. O cardeal Fernando Vergez, chefe do Vaticano, assinou o acordo durante uma cerimónia dos Museus do Vaticano, na qual esteve presente a ministra grega da Cultura, Lina Mendoni.

“Este acordo teve lugar num período difícil no nosso país, e poderá trazer algum sentido de orgulho e felicidade”, afirmou à Associated Press o padre Emmanuel Papamikroulis, representante do arcebispo cristão ortodoxo de Atenas e de toda a Grécia. “Espero que esta iniciativa seja seguida por outras. Esta iniciativa ajuda a sarar feridas do passado e demonstra que quando os líderes cristãos trabalham em conjunto, conseguem os problemas de um modo prático.”

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Esta doação do Vaticano coloca pressão sobre o Museu Britânico, que, no início deste ano, afirmou que não entregaria as suas estátuas do Pártenon a Atenas, explicando que foram “adquiridas legalmente” em 1802 por um diplomata britânico que as vendeu ao museu.

Fui muito clara sobre isto, não acho que eles [os frisos] devem regressar à Grécia”, afirmou na altura a ministra da Cultura britânica, Michele Donelan.

As esculturas na posse britânica datam do século V antes de Cristo e pertenciam a um friso com 160 metros nas paredes exteriores do templo. Atenas, contudo, considera que as esculturas foram levadas de forma ilegal, numa altura em que a Grécia se encontrava sob ocupação otomana.