A próxima proposta de orçamento do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, visa reduzir o défice em quase 3 biliões de dólares (cerca de 2,8 biliões de euros) na próxima década, adiantou esta quarta-feira fonte do Governo.

Esta meta de redução do défice é significativamente maior do que os 2 biliões de dólares (cerca de 1,9 biliões de euros) que Biden tinha prometido durante o seu discurso sobre o Estado da União no mês passado.

Também é um forte contraste com os Republicanos da Câmara dos Representantes, que pediram um caminho para um orçamento equilibrado, mas ainda não ofereceram um plano.

A Casa Branca sempre questionou o compromisso dos Republicanos com o que considera um orçamento federal sustentável.

Fontes do Governo norte-americano observaram à agência Associated Press (AP) que os vários planos tributários e outras políticas anteriormente apoiadas pelos congressistas do Partido Republicano acrescentariam mais de 2,7 biliões de dólares (cerca de 2,5 biliões de euros) à dívida nacional em 10 anos.

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Biden pretende apresentar a sua proposta de orçamento na quinta-feira em Filadélfia e irá propor cortes nos gastos governamentais destinados a grandes empresas farmacêuticas e petrolíferas, garantiu a fonte do Governo que falou à AP sob a condição de anonimato.

O Presidente norte-americano anunciou a intenção de subir impostos para financiar o programa Medicare, em artigo de opinião publicado terça-feira no jornal The New York Times.

No seu texto, o democrata realçou que “o Medicare é mais do que um programa governamental“, salientando que “é uma garantia sólida como uma rocha com que os (norte-)americanos têm contado para estar presente para os apoiar quando se reformarem”.

O Medicare é um programa federal de assistência na doença a pessoas com 65 anos ou mais e alguns casos específicos. A economia dos EUA encontra-se numa fase delicada por causa da alta inflação.

O Governo deverá esgotar as suas medidas de emergência este verão, para manter Washington em funcionamento, criando o risco de incumprimento nos pagamentos, que poderia conduzir ao colapso da economia.

É improvável que o pacote de prioridades de gastos de Biden seja aprovado na câmara baixa ou no Senado (câmara alta) do Congresso norte-americano conforme proposto.

O líder da minoria no Senado, o Republicano Mitch McConnell, sublinhou esta terça-feira que o plano “não verá a luz do dia”, um sinal de que pode servir principalmente como uma mensagem para as eleições presidenciais de 2024.

Os Republicanos, recentemente no controlo da Câmara de Representantes, estão a exigir cortes drásticos nos gastos.

Biden sugeriu que os aumentos de impostos sobre os ganhos e participações das famílias mais ricas do país podem reforçar as finanças do Governo e também melhorar o Medicare e a segurança social.

O chefe de Estado norte-americano afirmou no seu discurso na segunda-feira que existem 680 bilionários nos Estados Unidos e que muitos destes pagam impostos a uma taxa menor do que as famílias que se consideram de classe média.

Nenhum bilionário deveria pagar uma taxa de imposto mais baixa do que um bombeiro, ninguém”, sublinhou Biden durante uma reunião da Associação Internacional de Bombeiros.