O surfista norte-americano Kelly Slater, 11 vezes campeão mundial, considerou esta sexta-feira que a organização fez bem em adiar o arranque da prova da elite mundial em Supertubos, Peniche, aguardando por melhores condições do mar e do vento.

Não sei de quanto tempo vamos precisar. Num ‘beach break’ com tantas ondas, podemos ter baterias sobrepostas, mas o vento tem estado mau, a ondulação muito forte, e a combinação das duas coisas torna muito difícil avançar com as baterias. As condições estão muito difíceis. Até no ‘free surf’ [surf livre] foi difícil apanhar boas ondas. Acho que foi uma boa decisão não lançar o campeonato hoje”, afirmou aos jornalistas o atleta com mais títulos mundiais da história do surf.

O início da prova portuguesa do circuito principal da Liga Mundial de Surf (WSL) foi novamente adiado, pelo terceiro dia consecutivo, com a próxima chamada marcada para sábado de manhã.

É melhor esperar que, pelo menos, a ondulação fique um pouco mais pequena, mesmo que o vento continue desfavorável. Se estivesse assim grande e com bom vento, seria ótimo. Se o vento estivesse ‘offshore’ [terra-mar] hoje, seria incrível”, realçou Kelly Slater.

Questionado sobre se está confiante que pode voltar a ganhar a competição na Praia de Supertubos, 13 anos depois, após o sucesso em 2010, o atleta mais experiente do ‘tour’, de 51 anos, foi cauteloso.

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Vamos ver. Obviamente, foi há muito tempo que venci aqui. Eu gosto deste tipo de ondas. Por um minuto, no ano passado, senti que estava num bom momento. Perdi contra o Griffin [Colapinto], fiz alguns erros nas escolhas de ondas e o Griffin acabou por ganhar o evento. Por isso, o vencedor de qualquer prova tem de estar em sintonia, tem de surfar bem, tem de ter confiança e ter boas pranchas. Sinto que as minhas pranchas estão boas e isso aumenta a minha confiança. Agora, só tenho de me sintonizar com as ondas”, lançou.

De resto, Kelly Slater admitiu que não está num pico de forma, ainda que considerando que esse é um fator que pode ser superado durante a competição.

[Sente-se a 100%?] Mais ou menos. Nem sempre estamos a 100%. Ainda tenho algumas lesões e, quando tens uma [lesão] durante algum tempo, não tens tanta confiança. Por isso, só preciso de entrar e apanhar algumas ondas e sentir-me bem, vai correr bem”, revelou.

Quando houver ‘luz verde’ para o início da prova, Kelly Slater vai competir na primeira bateria do quadro masculino, contra o australiano Ethan Ewing e o costa-riquenho Carlos Muñoz, algo que o próprio confessou que traz dificuldades acrescidas: “Não adoro [surfar na primeira bateria do evento]”.

O período de espera do MEO Rip Curl Pro Portugal, terceira etapa do circuito mundial, em Peniche, começou na quarta-feira (8 de março) e decorre até 16 de março, com a presença dos portugueses Frederico Morais, Teresa Bonvalot e Yolanda Hopkins.