Um golo, uma assistência, o prémio de MVP, elogios de todos os companheiros, uma goleada carimbada em cima “da” goleada. Depois do descalabro em Anfield frente ao Liverpool, o Manchester United teve a melhor reação possível com um triunfo frente ao Betis na primeira mão dos oitavos da Liga Europa que praticamente garantiu a passagem à próxima ronda. Bruno Fernandes, criticado por quase tudo e todos na sequência do clássico da Premier League, respondeu em campo com aquilo que melhor sabe fazer mas nem isso acalmou a discussão nascida no passado fim de semana: será o português a melhor opção para ter a braçadeira?

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“O capitão tem de ser influente, um líder, uma pessoa calma. Não acho que ele seja a pessoa ideal para ser capitão de equipa. Na verdade, ele é o sub-capitão, na ausência do Maguire. Seguindo em frente, ao jogar os grandes jogos, a lutar por títulos, a jogar finais de Champions, um capitão com menos emoções à flor da pele seria melhor. Com o Liverpool, ele jogou numa posição em que não está confortável. Sacrificou-se por isso. Mas vimos que ele estava frustrado com os companheiros de equipa, não deverá estar orgulhoso do que aconteceu. Fazia gestos com os braços, empurrou um árbitro… O Bruno Fernandes vem de Portugal, onde eles fazem esse tipo de coisas a toda a hora, mas em Inglaterra não é aceitável. Ele tem de tentar livrar-se destas coisas irritantes no futuro”, comentou o ex-internacional Paul Scholes na BT Sports.

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“Ele foi o melhor jogador em campo e isso mostrou a sua personalidade. Desempenhou um papel um pouco mais profundo esta noite, foi brilhante. Foi um líder na criação de jogadas de profundidade e a controlar o ritmo do jogo. Fez muitos bons passes nas entrelinhas e, a partir daí, criámos oportunidades. Liderou a equipa desde o primeiro minuto pelo seu jogo. Com posse de bola, ditou o ritmo do jogo e marcou um golo, por isso, estou feliz”, elogiara Erik ten Hag, que apesar de todo o ruído continuava a defender o seu médio e capitão, passando ao lado da discussão da braçadeira e colocando o enfoque naquilo que o número 8 conseguia dar à equipa. Mais uma vez, foi isso que aconteceu. Do bom, sendo de novo um dos mais ativos do Manchester United em campo, ao mau, sendo de novo um dos que mais protestava com as decisão do árbitro. E foi o internacional português que segurou a equipa que jogou com dez durante uma hora de jogo…

Oh captain, my captain: Bruno Fernandes responde às críticas com um golo, uma assistência e uma goleada do United

O encontro começou com o Southampton a equilibrar o domínio, os momentos de controlo e o número de oportunidades com o Manchester United, que ficou perto do golo num remate de Rashford após grande passe de Bruno Fernandes que Bazunu defendeu de forma atenta antes de David de Gea fazer a primeira grande intervenção da partida num cabeceamento de Theo Walcott. Tudo em aberto mas com 15 minutos finais do primeiro tempo que marcariam aquilo que seria uma segunda parte eletrizante: Casemiro foi expulso pela segunda vez desde que chegou à PremierLeague com vermelho direto por uma entrada de sola à canela de um adversário que foi reavaliada por ação do VAR (34′), Bruno Fernandes ficou a protestar uma grande penalidade num lance com Walker-Peters (40′) e houve ainda um corte com o braço no chão do central Bella-Kotchap após escorregar na área que também não foi sancionado pelo árbitro (42′).

Depois, houve de tudo um pouco, sempre com Bruno Fernandes entre protestos por não esquecer esses dois lances na área do Southampton quando a equipa já estava reduzida a dez: Ward-Prouse acertou ainda na trave de livre direto numa falta do português em zona perigosa (51′), Walcott não conseguiu enganar De Gea num lance em que correu largos metros isolados até à área contrária, Bruno Fernandes acertou no poste num tiro de meia distância que foi ainda desviado por Bazunu (68′), Walker-Peters respondeu da mesma forma num remate ao ferro da baliza dos red devils (70′). Ten Hag, que equilibrara a equipa ainda na primeira parte com a entrada de McTominay para o lugar de Weghorst, apostava agora nos miúdos Garnacho e Pellistri e o jogo podia cair para qualquer um dos lados mas o nulo não foi desfeito.