Uma exposição que relaciona a arquitetura e a escola, abordando o impacto da pandemia na ligação entre os alunos e a sala de aula, é inaugurada terça-feira na Garagem Sul/Centro de Arquitetura, Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

Intitulada “Sala de Aula, um olhar adolescente”, a mostra tem curadoria de Joaquim Moreno, e é inaugurada em simultâneo com outra sobre o projeto de uma escola primária em Porto Santo, no arquipélago da Madeira, da autoria do arquiteto Raúl Chorão Ramalho (1914-2002).

A exposição “Sala de Aula, um olhar adolescente”, organizada pela Garagem Sul/Centro de Arquitetura e pelo Plano Nacional das Artes, tem como objetivo “pensar juntamente com uma geração, cuja maior parte do seu crescimento radical até a idade adulta foi passada durante a pandemia, estudando em casa”, segundo uma nota descritiva da organização.

Essa geração, “regressou completamente mudada ao que pareciam ser espaços de aprendizagem inalterados, mais precisamente as velhas salas de aulas”, acrescenta, sobre a mudança verificada nos alunos, com os períodos de isolamento entre outras restrições, que as salas de aula não acompanharam.

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No ano da pandemia, aumentaram os chumbos e insucesso. Quebrou-se a tendência de melhoria dos resultados

A mostra levanta várias questões, e evoca situações equivalentes, na História da Humanidade, nomeadamente como foram produzidas as novas salas de aula após as grandes destruições das escolas do ensino secundário durante a Segunda Guerra Mundial.

As antigas normas que foram transgredidas nessa altura, e como é que se reorganizaram as relações entre a educação profissional e o trabalho, são algumas das questões que estarão também em debate.

Esta exposição é ainda organizada em conjunto com a Arc en rêve Centre d’Architecture, em Bordéus, na França, e a Z33 House of Contemporary Art, Design and Architecture, em Hasselt, na Bélgica, sendo cofinanciada pela União Europeia.

“Escola do Porto Santo: uma obra de Raúl Chorão Ramalho”, outra exposição que é inaugurada no mesmo dia, tem curadoria de Madalena Vidigal e Diogo Amaro, e é organizada pela Garagem Sul/Centro de Arquitetura e pela Porta 33.

Esta mostra, segundo a organização, apresenta o ambiente, a matéria, o habitat e a arquitetura de uma escola na ilha do Porto Santo criada nos anos 1960.

O arquiteto autor do projeto, Raúl Chorão Ramalho, “tirou partido das condicionantes ambientais e materiais do lugar para, num contexto de escassez, valorizar as características da construção”, usando uma linguagem moderna, “em sintonia com as vanguardas da época”, destaca a curadoria.

Confinamento afetou aprendizagem das crianças no pré-escolar

Depois de ter servido como espaço de aprendizagem para várias gerações de porto-santenses e, esta segunda-feira, classificada como património, a escola acolhe atualmente um programa de atividades e residências artísticas que a projeta no futuro.

A inauguração das exposições na Garagem Sul/Centro de Arquitetura – às 18h00, ficando patentes até 10 de setembro – realiza-se com uma conferência do curador Joaquim Moreno, seguida da atuação do ensemble de saxofones da Escola Artística do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, de Aveiro.