O presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão, disse esta terça-feira acreditar que as urgências pediátricas do Hospital Beatriz Ângelo vão ser reabertas aos fins de semana, afirmando que o ministro da Saúde lhe deu essa garantia.

Em declarações aos jornalistas após ter visitado, com o primeiro-ministro, as obras da Unidade Social da Portela, que está a ser construída com fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), Ricardo Leão (PS) sublinhou que, há oito dias, teve uma reunião com o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, em que o Governo se comprometeu a “rever a situação” da abertura das urgências pediátricas ao fim de semana no Hospital Beatriz Ângelo.

Esse compromisso foi assumido pelo senhor ministro da Saúde junto de todos os presidentes de Câmara [servidos pelo hospital de Loures]. Ainda ontem [segunda-feira] falei com o ministro da Saúde relativamente àquilo que saiu, que foi uma decisão da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS), (…) e o compromisso mantém-se” sublinhou.

O serviço de urgência pediátrica do Hospital Beatriz Ângelo encontra-se fechado à noite e aos fins de semana desde o início do mês de março, por falta de profissionais, sendo que, nesses períodos, as crianças da área de referência desta unidade de saúde têm sido atendidas nas urgências dos hospitais de Santa Maria, Dona Estefânia e São Francisco Xavier.

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Na segunda-feira, a Direção Executiva do SNS divulgou uma estratégia de reorganização do serviço de urgência de Pediatria na região de Lisboa e Vale do Tejo, em que estabelece que, no caso do Hospital Beatriz Ângelo, aquele serviço vai continuar a funcionar apenas entre segunda e sexta-feira (09h00-21h00), encerrando aos fins de semana e à noite.

Segundo o autarca de Loures, Manuel Pizarro disse estar “à procura de uma solução a muito curto prazo de tempo” para se fazer a “reposição e a reabertura”, o “mais rapidamente possível”, dos serviços de urgência de Pediatria ao fim de semana.

Questionado se espera assim que haja um recuo da parte do Governo, Ricardo Leão respondeu: “Vai haver“.

Esse compromisso foi assumido pelo ministro da Saúde e, pelo menos, ao fim de semana, a urgência de pediatria do Hospital Beatriz Ângelo para mim é uma garantia que vai acontecer”, disse.

O autarca de Loures disse acreditar “na palavra do senhor ministro da Saúde” e salientou que, uma vez que o compromisso assumido por Manuel Pizarro foi há oito dias, ainda está “num prazo aceitável” para o cumprir.

Esta manhã, em Bruxelas, o ministro da Saúde reafirmou aos jornalistas que está a trabalhar para que as urgências pediátricas em Loures reabram ao fim de semana.

A garantia que dei é a garantia que agora repito: nós vamos trabalhar para ver se é possível fazer com que a urgência do hospital de Loures funcione também durante o dia, entre as 09h00 e as 21h00, não apenas de segunda a sexta-feira, mas também ao fim de semana”, completou.

Manuel Pizarro acrescentou que, em todo o caso, “quer à noite, quer ao fim de semana, as crianças de Loures e as suas famílias estão protegidas pelo funcionamento de outras urgências, nomeadamente no Hospital de Santa Maria e no Hospital Dona Estefânia”.

Ricardo Leão adiantou ainda que os autarcas de Loures, Odivelas, Sobral e Mafra — os municípios servidos pelo Hospital Beatriz Ângelo — vão ter esta terça-feira uma reunião onde irão abordar precisamente esta situação e tomar decisões.

Questionado sobre qual o prazo razoável de espera para que as urgências voltem a ser reabertas, Ricardo Leão respondeu: “É isso que nós hoje, os quatros presidentes de Câmara, vamos sentar e vamos decidir qual é a posição que, em conjunto, vamos tomar”.

O presidente da Câmara Municipal de Loures acrescentou ainda que, durante esta reunião, os quatro autarcas vão também abordar outras questões, entre as quais “o conjunto de respostas que o Hospital Beatriz Ângelo não está a conseguir dar”.

Ricardo Leão manifestou-se preocupado com as “listas de espera enormes” ou com as consultas adiadas e afirmou que, no caso de Mafra, a situação é “ainda pior”, uma vez que os seus habitantes ficaram “sem solução” com o encerramento dos serviços de urgência de Torres Vedras e Loures.