A Meta, a empresa que controla o Facebook e o Instagram, vai despedir 10 mil pessoas e fechar 5 mil vagas de emprego que tinha em aberto. O anúncio foi feito por Mark Zuckerberg, numa publicação no blog da companhia. Em novembro de 2022, anunciou um despedimento que afetou 11 mil pessoas.

Numa comunicação intitulada “uma atualização sobre o ano da eficiência da Meta”, o CEO da tecnológica explica que tem estado focado em “melhorar a eficiência” interna e em “aumentar a produtividade dos programadores e ferramentas”. O líder da tecnológica assegura que tem tentado ser transparente no trabalho em curso e que as mudanças vão acontecer ao longo dos próximos meses. Os planos de reestruturação estarão focados “em reduzir as equipas, cancelar projetos com menor prioridade e na redução das taxas de contratação”.

Zuckerberg oficializa despedimentos na Meta. Há 11 mil pessoas que vão sair da tecnológica

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Zuckerberg explica que, com menos contratações nos planos, tomou a “decisão difícil de reduzir ainda mais a equipa de recrutamento”. Só esta quarta-feira é que os trabalhadores desta divisão vão perceber se são afetados pelos despedimentos, é possível ler no anúncio.

O despedimento de 10 mil pessoas vai ser feito de forma gradual. O fundador e CEO da Meta indica que espera “anunciar as reestruturações [de equipas] e os despedimentos nos grupos tecnológicos no final de abril” e nas divisões “de negócio no final de maio”. E admite que, “num pequeno número de casos”, poderá levar até ao final do ano até tudo estar concluído. É explicado que, nos mercados internacionais, o plano será diferente e que os líderes locais vão receber mais detalhes em breve. “Isto vai ser difícil e não há forma de o contornar”, diz o CEO da Meta.

A empresa diz que tem intenções de voltar a contratar e a “descongelar as transferências” entre equipas após a conclusão do plano de reestruturação.

Mark Zuckerberg reconhece que a maioria da história da empresa está associada a um crescimento rápido “ano após ano”, mas que “o ano passado foi uma chamada de atenção”. “A economia mundial mudou, as pressões de concorrência aumentaram e o nosso crescimento abrandou consideravelmente”, explica, dizendo que além dos despedimentos a empresa também reduziu orçamentos e diminuiu o número de escritórios. Mas admite que o contexto mais desafiante possa continuar. “Nesta altura, penso que nos devemos preparar para a possibilidade de esta nova realidade económica continuar por mais anos”, enumerando desafios como as taxas de juro mais altas e a instabilidade geopolítica.

No final de 2022, a Meta tinha 86.482 empregados, menos 832 trabalhadores do que no trimestre anterior. Estes números foram revelados na apresentação de resultados da dona do Facebook, no início de fevereiro, e na altura ainda não eram visíveis os efeitos do despedimento anunciado em 2022.

Das contratações em excesso até à necessidade de cortar custos. Como chegaram as big tech a uma vaga de despedimentos

A Meta não é a única a despedir. A Amazon, a Microsoft e Alphabet também anunciaram cortes de postos de trabalho, que em fevereiro ascendiam a 51 mil pessoas, incluindo já os 11 mil despedimentos da dona do Facebeook.  Fora do universo das big tech, empresas como a Salesforce (8 mil pessoas), IBM (3.900 pessoas) ou a SAP (3 mil pessoas) também anunciaram despedimentos.