O coordenador da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) nomeado pelo Governo, José Sá Fernandes, assegurou esta terça-feira que as obras para organizar o evento “decorrem a bom ritmo” e que os terrenos “oferecem todas as condições de segurança”.

José Sá Fernandes foi ouvido ao final da manhã pela subcomissão da Assembleia Municipal de Lisboa dedicada à JMJLisboa2023.

Numa sessão de quase duas horas, o ex-vereador da Câmara de Lisboa, e agora coordenador do Governo para a realização da JMJ, recordou todo o processo e respondeu a algumas perguntas suscitadas pelos deputados municipais da capital.

Uma das questões iniciais respondidas por Sá Fernandes foi sobre as preocupações levantadas por alguns ambientalistas sobre a possível contaminação dos terrenos que vão acolher em agosto a JMJ, onde existiu um aterro.

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Todos os estudos que foram feitos em relação a todas as matérias relacionadas com o aterro foram feitos pelas melhores empresas que existem no mercado. Essa garantia de que não vai haver libertação de metano, etc, está dada pelos próprios estudos que foram feitos. A empreitada foi concebida dessa maneira e executada dessa maneira”, argumentou.

A mesma confiança existe em relação aos terrenos do lado de Loures, pertencentes à Galp, onde, explicou José Sá Fernandes, “também foram realizados estudos por entidades credenciadas para a matéria“.

Sem querer comentar as polémicas que o envolveram a ele e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), relativamente ao altar-palco, José Sá Fernandes assegurou apenas que “existe uma boa articulação entre todas as partes” e que “os prazos vão ser cumpridos”.

Eu não vou comentar tudo aquilo que foi dito sobre mim acerca do palco, mas posso garantir que tudo aquilo que tem a ver com articulações de todas as tarefas entre o Governo e as câmaras municipais [Lisboa, Loures e Oeiras] está a acontecer. É uma garantia que eu dou aqui”, apontou.

José Sá Fernandes justificou também o facto de continuar em funções após a realização do evento, sublinhando a complexidade da tarefa de desmantelar o Terminal de Contentores da Bobadela.

A retirada dos contentores do complexo logístico da Bobadela é provavelmente uma tarefa ainda mais complexa do que a própria Jornada Mundial da Juventude. Portanto, uma das minhas tarefas, ainda hoje é não só conseguir articular com as Infraestruturas de Portugal a saída dos contentores, como também preparar o futuro”, afirmou.

Além de dar conta que estão também em desenvolvimento os planos de mobilidade, segurança e saúde, da responsabilidade do Governo, José Sá Fernandes justificou a localização do altar-palco, outra questão que foi levantada pelos deputados municipais.

Nós não podemos pôr o palco num sítio onde milhares de pessoas ficariam atrás do palco. Portanto, a localização do palco no sítio onde está é precisamente aquela que permite que as pessoas de Lisboa e de Loures fiquem à frente do palco”, justificou.

O antigo autarca adiantou ainda que a ponte militar que ligará as margens do rio Trancão “está reservada“, mas ressalvou que a sua colocação será uma decisão dos municípios de Loures e de Lisboa.

A JMJ, considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 1 e 6 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas. As principais cerimónias da JMJ decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

As jornadas nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.