Pelo menos duas pessoas morreram e outras oito ficaram feridas na terça-feira, na sequência de um ataque à bomba no distrito de Juzdar, na província do Baluchistão, no oeste do Paquistão.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do país, Bilawal Bhutto Zardari, descreveu o incidente como um ato terrorista e especificou que a bomba foi colocada num veículo e detonada através de um dispositivo remoto.

De acordo com o jornal paquistanês “Dawn” Zardari garantiu que o Paquistão pretende erradicar o terrorismo, acrescentando que “aqueles que atacam civis inocentes não têm nada a ver com religião e nem podem ser chamados de humanos”.

O governador do Baluchistão afirmou que “a conspiração para desestabilizar a província, semeando o terror e o caos, será frustrada”. Abdul Qudoos Bizenjo pediu também aos políticos que “permaneçam unidos contra os terroristas”.

A região conta com a presença dos talibãs paquistaneses e da guerrilha do Exército de Libertação do Baluchistão (BLA, na sigla em inglês), já classificada como uma organização terrorista pelo Paquistão, Reino Unido e Estados Unidos.

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Desde o início deste século que o BLA tem travado uma luta sangrenta com as autoridades de Islamabad para conseguir a autodeterminação do Baluchistão.

O Baluchistão faz fronteira com o Afeganistão e o Irão e há muito que é palco de violência étnica e separatista.

A província, a maior do Paquistão, é rica em hidrocarbonetos e minerais, mas a população, cerca de 12 milhões, queixa-se de ser marginalizada e despojada dos recursos naturais.

As tensões no Baluchistão estão relacionadas com o Corredor Económico China-Paquistão, no qual a China deverá gastar mais de 50 mil milhões de dólares (42 mil milhões de euros), com destaque para o porto de águas profundas de Gwadar.