O consumo de gás em Portugal mantém uma tendência de redução, ao cair 16,7% entre agosto passado e janeiro deste ano, abaixo da meta europeia de 15%, principalmente por uma diminuição no uso convencional, anunciou esta quarta-feira a ADENE.

Os dados foram divulgados pela Agência para a Energia (ADENE) que, no quinto relatório de progresso do Plano de Poupança de Energia 2022-2023 sobre o período de agosto a janeiro deste ano, realça redução de 16,7% no consumo global de gás face à média histórica dos últimos cinco períodos homólogos.

Esta percentagem compara com a diminuição de 12,9% entre agosto e dezembro passado e a meta da União Europeia (UE) em vigor até final deste mês, de redução de 15% do consumo de gás para evitar ruturas no abastecimento dadas as tensões geopolíticas pela guerra da Ucrânia.

A ADENE aponta que o decréscimo verificado entre agosto e janeiro de 2023 “se fez sentir fortemente na vertente de consumo convencional, com uma redução de 23,4%, ao passo que na componente de consumo, devido à produção de energia através das centrais termoelétricas, foi verificada uma poupança de 6,5%”.

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Devido a tais diminuições, Portugal já atingiu uma percentagem 77,5% de cumprimento da meta estabelecida no Plano de Poupança de Energia 2022-2023 até ao final de 2023 (17%), acrescenta a agência.

Com o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) português dedicado em parte à vertente energética, a ADENE ainda aponta que, até ao momento, as medidas implementadas no âmbito dos avisos do PRR equivalem a 33,3% da meta traçada até ao final do ano 2022.

Na terça-feira, a Comissão Europeia anunciou que pretende prorrogar, além deste mês de março, a meta para os Estados-membros reduzirem 15% do consumo de gás na UE e a obrigação de reduzir o consumo de eletricidade em horas de ponta.

A meta para reduzir voluntariamente 15% do consumo de gás na UE entrou em vigor em agosto passado, estando previsto que dure até à primavera de 2023, para aumentar o armazenamento nos Estados-membros e criar uma ‘almofada’ perante eventual rutura no fornecimento russo.

O objetivo é que, até 31 de março de 2023, os Estados-membros reduzam em 15% os seus consumos de gás natural (face à média histórica nesse período, considerando os anos de 2017 a 2021), de forma a aumentar o nível de armazenamento europeu e criar uma “almofada” de segurança para situações de emergência.