O Centro Hospitalar de Leiria (CHL) tinha em lista de espera 22.260 pedidos de consulta à data de 13 de fevereiro, sendo que 12.480 ultrapassaram o tempo máximo de resposta garantido, segundo o Governo.

No dia 13 de fevereiro, o CHL tinha em lista de espera 22.260 pedidos de consulta, sendo que, destes, 12.480 ultrapassaram o tempo máximo de resposta garantido”, refere uma resposta do gabinete do ministro da Saúde na sequência de uma pergunta do PSD sobre os “elevados tempos e listas de espera para consultas de especialidade no hospital de Leiria”.

A Distrital de Leiria do PSD e parlamentares eleitos por este círculo promoveram em janeiro um roteiro dedicado à saúde, tendo os deputados apresentado na Assembleia da República quatro projetos de resolução e 10 perguntas.

Numa conferência de imprensa, em 30 de janeiro, de balanço deste roteiro, o PSD considerou que a situação nos cuidados de saúde primários e hospitalares em Leiria está um caos e alertou que o distrito precisa de uma “atenção diferente” nesta área.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Entre as perguntas ao ministro da Saúde, Manuel Pizarro, o PSD queria saber por que razão “17 mil utentes já ultrapassaram o tempo máximo de resposta garantido” para consultas da especialidade e que medidas vai o Governo tomar para reduzir estes tempos de espera no hospital de Leiria, assim como sobre a possibilidade e quando da ampliação desta unidade de saúde

Numa das respostas conhecida esta quarta-feira lê-se que o CHL, que integra também os hospitais de Alcobaça e de Pombal, “está consciente das limitações na resposta à elevada procura de primeiras consultas em algumas especialidades médicas”, problema que tem “como causa principal a dificuldade de contratação de especialistas”, assinalando, contudo, que “os esforços realizados têm permitido melhorar a situação”.

Segundo a tutela, registou-se “uma redução de cerca de 20% dos utentes em espera e de cerca de 26% dos utentes em espera fora” do tempo máximo de resposta garantido “em menos de três meses”.

A maioria destes doentes estão triados com prioridade normal, sendo que o CHL garante que os doentes prioritários são acompanhados dentro dos tempos definidos”, acrescenta.

O CHL concretizou 88.467 primeiras consultas no ano passado, das quais 32.257 com proveniência dos cuidados de saúde primários, adianta.

De acordo com a resposta aos deputados social-democratas, para prosseguir a redução do número de utentes em lista de espera o CHL continua a desenvolver esforços, incluindo a “otimização dos agendamentos, de forma a aumentar o número de vagas associadas às subespecialidades que apresentem maior tempo de espera para primeira consulta”, ou “a realização de atividade em produção adicional interna, ao abrigo do regime de incentivos à realização de atividade assistencial”.

Foi ainda solicitado à Administração Regional de Saúde do Centro a indicação de hospitais que, na região, possam dar uma resposta adequada aos doentes do CHL nas especialidades em que se verifica maior volume de pedidos e tempo de espera”, explica a resposta.

Quanto à eventual ampliação do Hospital de Santo André, em Leiria, o Ministério da Saúde fez saber que a taxa de ocupação do CHL “foi, em 2022, de 72,9%“.

Neste contexto, não faz parte da estratégia deste Centro Hospitalar a abertura de mais camas hospitalares, mas, sim, o incentivo à ambulatorização de cuidados e a uma maior polivalência na ocupação das camas”.

Ainda assim, está prevista, este ano, a abertura de 15 camas no hospital de Pombal (unidade de convalescença), 12 camas de cuidados intermédios cirúrgicos e cinco na unidade de hospitalização domiciliária.

Segundo o seu sítio na Internet, o CHL tem como “área de influência a correspondente aos concelhos de Batalha, Leiria, Marinha Grande, Porto de Mós, Nazaré, Pombal, Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera, Ansião, Alvaiázere, Ourém e parte dos concelhos de Alcobaça e Soure, servindo uma população de cerca de 400.000 habitantes”.