O PCP defendeu esta quinta-feira que a decisão do Banco Central Europeu de subir as taxas de juro expõe “a perda de soberania monetária” de Portugal e acusou o Governo de continuar a “alimentar os interesses da banca”.

Perante esta escalada no valor dos empréstimos à habitação que, segundo o BCE, pode não ficar por aqui, as medidas anunciadas pelo Governo PS não só não contrariam os seus efeitos como continuam a alimentar os interesses da banca”, referiu o PCP, em nota enviada à comunicação social.

Os comunistas alegam que o Governo português e o Banco de Portugal são coniventes com decisões do BCE que, defendem, “não podem continuar a ser refletidos na vida de quem tem empréstimos à habitação, ao mesmo tempo que os bancos anunciam lucros recorde”.

Na mesma nota, o Partido Comunista Português defendeu a “subida dos salários e pensões“, o “controlo e fixação de preços”, a “substituição de importações por produção nacional” e o “fim da política de instigação da guerra e das sanções” como respostas aos efeitos da inflação.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Para o PCP, mais do que nunca, é necessário assegurar que os aumentos da taxa de juro de referência sejam suportados pelos brutais lucros dos bancos, em vez de o serem pelos trabalhadores e o povo português, como está a acontecer”, acrescentou o partido.

A posição do PCP foi divulgada no seguimento da decisão desta quinta-feira do Banco Central Europeu (BCE) de subir as suas taxas de juro em 50 pontos base, apesar da agitação que se vive no setor bancário.

A instituição justificou a decisão com a sua determinação em assegurar “um retorno atempado da inflação ao objetivo de 2% a médio prazo“.

O BCE tinha anunciado a sua intenção de decidir um novo aumento de 50 pontos base logo após a sua última reunião, no início de fevereiro.