O Banco Central Europeu (BCE) não vê risco de contágio à banca europeia da instabilidade financeira com enfoque nos EUA e na Suíça. Esta é conclusão dos responsáveis pela supervisão financeira da zona euro, segundo disse uma fonte à agência Reuters, responsáveis que estiveram reunidos esta sexta-feira numa convocatória extraordinária do conselho de supervisão.

Esta foi a conclusão da supervisão do BCE, liderada pelo italiano Andrea Enria, depois de nos últimos dias o BCE ter questionado os bancos sob sua alçada para calcularem e apresentarem ao supervisor as suas exposições não só aos bancos norte-americanos que faliram (ou estão em risco de falir) mas, também, ao Credit Suisse, que também tem estado no olho do furacão nos mercados financeiros.

Apesar destas garantias, as ações dos bancos europeus estão sob forte pressão na bolsa, nesta sexta-feira, com o índice Stoxx Banks (que reúne as cotações dos principais bancos europeus) a baixar mais de 3% para os valores mais baixos do ano.

Já no início da semana tinha havido uma reunião extraordinária devido à turbulência no setor bancário que agita as memórias de 2008 quando os problemas nos EUA levaram a uma crise financeira global.

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Agora nos EUA, o banco regional First Republic entrou numa situação difícil porque os clientes levantaram uma grande parte dos seus depósitos, o que criou preocupação após o colapso do Sillicon Valley Bank em 10 de março e do Signature Bank em 12 de março.

Na Europa, o banco suíço Credit Suisse tem estado em dificuldades e recebeu uma injeção de liquidez de 50.000 milhões de francos suíços do Banco Nacional Suíço para ultrapassar dificuldades de liquidez.

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receios de contágio e de uma crise de confiança que pode levar a levantamentos de depósitos, o que poderá arrastar outros bancos.

Nos mercados bolsistas europeus, as ações dos bancos têm vindo a negociar em níveis mais baixos desde o início da turbulência.

Apesar da situação crítica, o BCE manteve na quinta-feira o seu curso de subida das taxas de juro e aumentou-as em meio ponto percentual.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, reconheceu que alguns membros do conselho de governadores tinham votado contra a decisão e teriam preferido esperar que a situação no setor bancário se desenvolvesse.