O antigo ministro da Educação e Ciência Nuno Crato afirmou à Lusa que existe um “grande interesse” do Brasil com a educação em Portugal e considerou “muito importante” a vinda de brasileiros para universidades portuguesas.

“Há um grande interesse por parte dos brasileiros em geral e, sobretudo, nas instituições educativas com Portugal e por perceber o que nós fizemos que nos levou a ter alguns sucessos educativos”, considerou Nuno Crato, em Brasília, depois de ter participado, na quinta-feira, no Seminário Internacional SESI SENAI de Educação, que contou também com a presença do ministro da Educação do Brasil, Camilo Santana.

Para a reforçar o argumento de que existe um “particular interesse” pelo sistema educativo em Portugal, o presidente da Teresa e Alexandre Soares dos Santos Iniciativa Educação lembrou ser “convidado frequentemente ao Brasil para abordar estes temas”.

Em relação ao crescente interesse de estudantes brasileiros, o ex-ministro da Educação afirmou ser “muito importante para as universidades portuguesas”, relembrando o período em que exerceu o cargo de ministro da Educação e da Ciência, período no qual veio “variadíssimas vezes para falar com as universidades brasileiras para tentar estabelecer acordos de certificação”.

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O Brasil, disse, tinha um programa de bolsas “muito grande para estudantes brasileiros estudarem no estrangeiro”, recordando, contudo, que a antiga presidente do Brasil Dilma Rousseff “cortou Portugal” dessa lista.

Ainda assim, dados da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) do Ministério da Educação mostram que, nos últimos cinco anos, a procura de brasileiros para estudar em universidades portuguesas aumentou em 123%.

“Muito importante para nós termos mais estudantes”, frisou Nuno Crato.

Neste momento já são mais de 50 universidades portuguesas que aceitam a candidatura de brasileiros com a nota do Exame Nacional do Ensino Médio do Brasil.

De acordo com a DGEEC, mais de 18.859 alunos brasileiros estavam inscritos no ensino superior em Portugal no último ano letivo.

“A nossa juventude está-se a reduzir muito, por um lado, por outro lado é muito importante para a nossa juventude ter contacto com jovens de outros países, nomeadamente brasileiros”, concluiu o antigo ministro.