O sindicato que representa o pessoal de cabine entregou um pré-aviso de greve para os dias 1, 2 e 3 de abril na Easyjet. Na última assembleia geral, os associados do Sindicato Nacional do Pessoal da Aviação Civil (SNPVAC) mandataram o sindicato para recorrer a “a qualquer meio” no processo de negociação com a companhia low-cost.

Esta sexta-feira, num comunicado enviado aos associados a que o Observador teve acesso, o SNPVAC revela que entregou o pré-aviso de greve para os três primeiros dias de abril à empresa e aos ministérios das Infraestruturas, Trabalho e Economia, para além da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho. A greve irá afetar as bases de Lisboa, Porto e Faro.

Numa reação enviada ao Observador, a empresa inglesa perspetiva “algumas perturbações nos nossos voos programados de e para Lisboa, Porto e Faro, durante o período da greve.” E acrescentar esperar que sejam decididos serviços mínimos. “Gostaríamos de assegurar aos clientes que faremos todo o possível para minimizar o impacto da interrupção nos seus planos de viagem”.

A iniciativa do SNPVAC surge na sequência do que descreve como o “impasse vivido e a postura intransigente e incompreensível por parte da Easyjet” nas negociações para que a empresa low-cost aplique em Portugal valorizações rendimento e outras contrapartidas que terá o dado aos seus trabalhadores em outros mercados no quadro da retoma da atividade.

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“Devido à conjuntura económica, os trabalhadores da EasyJet têm perdido poder de compra ao longo dos últimos três anos”, referiu o SNVAC após a assembleia geral de 9 de maio.

O sindicato tem cerca de 300 associados na Easyjet, empresa que reforçou a sua operação no aeroporto de Lisboa depois de ter conquistado os 18 slots cedidos pela TAP no ano passado.

Em reação, a Easyjet afirma levar muito a sério as suas responsabilidades como empregador e emprega toda a sua tripulação ao abrigo de contratos locais, acordados com os sindicatos e em conformidade com a legislação local relevante e considera que não é possível comparar termos e condições entre diferentes jurisdições.

“Estamos desapontados com esta ação, sobretudo tendo em conta o significativo investimento que fizemos no país nos últimos anos, que criou centenas de novos postos de trabalho em Portugal, e esperamos que o SNPVAC retome um diálogo construtivo connosco”. A companhia recorda ainda os investimentos recentes feitos em Portugal e que levaram à contratação de um elevado número de funcionários, incluindo tripulantes. A Easyjet tem 19 aviões baseados em Portugal onde emprega mais de 750 funcionários.

Atualizado às 19h40 com reação da Easyjet.