O Conselho das Finanças Públicas (CFP) não tem “indicação” — pelo menos para já — de que a situação bancária nos EUA e na Suíça das últimas semanas tenha efeitos nas projeções da economia portuguesas ao criar “instabilidade” nas condições de financiamento.

“Neste momento não temos ainda indicação de que, no imediato, isso [a turbulência no sistema financeiro] possa afetar as nossas projeções em concreto, nomeadamente que isso possa ter no imediato um efeito sobre o mercado da dívida, criando instabilidade naquelas que são as condições de financiamento da economia portuguesa”, afirmou a presidente do CFP, Nazaré da Costa Cabral, na conferência de imprensa de apresentação das “Perspetivas Económicas e Orçamentais 2023-2027”.

Nazaré da Costa Cabral sublinha, porém, que a situação financeira e orçamental do país, apesar da trajetória de redução da dívida pública, “não é ainda uma situação completamente tranquilizadora, ainda não nos tira completamente do radar dos mercados financeiros”.

O CFP atualizou esta terça-feira as perspetivas macroeconómicas e orçamentais de Portugal para este ano e os próximos, mas não teve em conta os recentes desenvolvimentos no sistema bancário nos EUA e na Suíça, com o colapso do SVB e do Credit Suisse. Apesar disso, Nazaré da Costa Cabral não vê para já sinais de contágio às projeções para Portugal.

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Ainda assim, não vê ainda qualquer lastro nomeadamente no mercado da dívida, criando eventuais instabilidades nas condições de financiamento da economia portuguesa. A dívida pública nacional ainda é elevada pelo que “não nos tira do radar dos mercados financeiros e do mercado de dívida”. “Daí os sinais que têm de ser dados de haver compromisso sólido de garantia de sustentabilidade das finanças públicas, para que o país não possa ser surpreendido”, acrescentou.