Uma das melhores tenistas de sempre, Martina Navratilova, superou os cancros na garganta e na mama que lhe tinham sido diagnosticados em janeiro. Aos 66 anos, teve que realizar radioterapia todos os dias durante três semanas e três rondas semanais de quimioterapia para ultrapassar a doença que lhe fora detetada numa fase inicial de desenvolvimento.

“Tanto quanto sei, estou livre de cancro”, disse a vencedora de 18 Grand Slams numa entrevista a Piers Morgan que vai ser divulgada na íntegra esta terça-feira e onde admitiu que os tratamentos que enfrentou foram “a parte mais difícil”. “Entras no modo ténis. É aí que ter sido uma atleta campeã ajuda muito”. A antiga atleta nascida na Checoslováquia tem ainda pela frente duas semanas de radioterapia preventiva antes de completar o processo de recuperação.

Antes da doença, Navratilova planeava adotar uma criança com a mulher, Julia Lemigova. No entanto, os últimos meses fizeram-na repensar. “Não quero ser a avó no parque”, confessou em relação a essa questão.

“Fiquei em pânico total durante três dias a pensar que talvez não visse o próximo Natal. Estás frente a frente com a morte muito mais vezes quando tens 65 anos do que quando tens 50 ou 55”, disse. “Veio-me à cabeça a lista de coisas que queria fazer. Isto pode parecer muito superficial, mas pensava: ‘que carro quero realmente conduzir se só viver um ano?’”.

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Navratilova teve que aguardar quatro dias depois de ter feito uma biopsia para saber qual a origem do problema, o que lhe valeu “três noites horríveis”. “Percebi que um nódulo linfático do lado esquerdo [do pescoço] estava a aumentar e pensei que fosse por causa de uma vacina contra o herpes que tomei uma semana antes. Mas, depois de algumas semanas, não diminuiu, então liguei para o médico”. A partir daí, foram-lhe detetados dois cancros, na garganta e na mama, independentes um do outro.

Quanto ao da garganta, a antiga tenista não precisou de realizar uma cirurgia que implicaria a remoção parcial da língua. Foi-lhe ainda removido o tumor da mama direita que tinha entre sete e oito milímetros. “Sabia que ia ser difícil, mas não sabia que ia ser tão difícil quanto realmente foi”.

Não é a primeira vez que a checo-americana sobrevive a um problema oncológico. Em 2010, a mulher tinha ultrapassado um cancro da mama.

“Vou lutar com tudo aquilo que tenho.” Martina Navratilova foi diagnosticada com cancro da mama e da garganta