A escalada de violência envolvendo gangues juvenis, que foi muito intensa na primeira metade de 2022, parece ter sido dominada, embora os números continuem a mostrar um cenário preocupante. Dados da Polícia Judiciária (PJ), citados pelo Diário de Notícias, indicam que os homicídios, tentados e consumados, caíram para metade no segundo semestre de 2022 – de 16 (15 tentados e um consumado) para 8 (seis tentados e dois consumados).

Um coordenador superior da PJ, João Oliveira, disse ao Diário de Notícias que o total destes crimes mais violentos no ano passado, 24, ainda foi mais do que o dobro em relação aos 11 de 2021. Em 2019, ano antes da pandemia, tinha havido sete casos, o que é um indicador de como a frequência destes crimes se intensificou nos últimos anos.

Porém, “estamos hoje melhor do que estávamos há uns meses”, afirmou João Oliveira, referindo-se à área da Grande Lisboa, zona que já foi identificada como a mais problemática nesta matéria. “O que posso aqui transmitir é que, durante o ano de 2022, percebemos um crescimento muito intenso deste fenómeno (…) E essa tendência de subida de casos entrou pelo ano de 2022 até ao verão com grande intensidade”, afirma o responsável.

Porém, “a partir de setembro, percebemos que começou a decair e essa redução muito expressiva do número de situações participadas manteve-se estável até ao final do ano. E agora estamos praticamente no final do primeiro trimestre de 2023 e estamos em condições de dizer que esta tendência, de estabilização e contenção em baixa do número de casos, mantém-se”, afirmou o responsável.

A subida da proporção de homicídios cometidos por jovens nos últimos anos, em relação ao total de crimes, levou a um alerta por parte da Conselho Superior de Segurança Interna, um alerta que levou a que as polícias tenham mantido a pressão operacional com dezenas de detenções e outras medidas. Isto para responder ao crescendo de casos caracterizados por especial violência e com uso de armas fatais, sobretudo esfaqueamentos, mas também armas de fogo, por parte dos jovens.

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