O Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop) acusou esta quarta-feira o Ministério da Educação de querer “dividir para reinar”, através da proposta apresentada aos sindicatos para corrigir assimetrias decorrentes do congelamento da carreira.

“A proposta que nos chega revela que [o Ministério da Educação] vai nesse sentido. Está a tentar dividir para reinar”, afirmou o coordenador nacional do Stop, André Pestana, no final da reunião com a tutela.

No encontro, o Ministério da Educação propôs a isenção de vagas de acesso aos 5.º e 7.º escalões para os docentes em funções desde 2005 e afetados pelos dois períodos de congelamento da carreira, bem como a recuperação do tempo em que ficaram a aguardar vaga no 4.º e 6.º escalões a partir do ano de descongelamento, em 2018.

Medidas apresentadas pelo Ministério da Educação abrangem 60 mil professores

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Considerando que a proposta não é sensata, André Pestana criticou que as medidas não se aplicam de igual forma a todos os docentes, contrariando as reivindicações dos sindicatos, que têm exigido a recuperação de todo o tempo de serviço congelado, bem como o fim das vagas de acesso aos 5.º e 7.º escalões.

“Quando defendemos igualdade para todos e perante os colegas que estão na Madeira e nos Açores, é altamente injusto e é, mais uma vez, dividir para reinar”, insistiu.

Questionado se as medidas não constituíam uma aproximação por parte do Governo, o coordenador nacional do Stop admitiu que “vão no sentido certo”, mas sublinhou que são insuficientes.

“Por isso, devemos continuar as nossas lutas, porque são justas e estão a obrigar o Governo a ir no sentido correto, apesar de ainda não serem suficientes”, acrescentou.

Sindicatos reafirmam que fim das greves de professores “está nas mãos do Ministério”

No final da reunião, o ministro da Educação falou aos jornalistas e explicou que as propostas apresentadas “vão abranger no imediato 60 mil professores, para além daqueles que são afetados pela precariedade”.