O Governo da entidade sérvia da Bósnia-Herzegovina decidiu romper a cooperação com os diplomatas das embaixadas dos Estados Unidos e Reino Unido em Sarajevo, por considerar que se imiscuem nos assuntos internos do país.

O Presidente sérvio bósnio, o nacionalista Milorad Dodik, está submetido a sanções dos Estados Unidos da América e do Reino Unido sob a acusação de ameaças à estabilidade e integridade territorial da Bósnia-Herzegovina e por alegada corrupção.

O Governo da Republika Srpska (RS), uma das entidades do país juntamente com a frágil Federação entre croatas e bosníacos (muçulmanos), não especificou as causas concretas desta rutura, informou o portal bósnio Nezavisne.

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Os responsáveis da RS apenas consideraram em comunicado que as duas embaixadas “não estão em conformidade com as políticas oficiais” dos seus respetivos países e que a interrupção da cooperação vai permanecer “até que ponham termo à prática de se imiscuírem nos assuntos internos da Bósnia-Herzegovina”.

O texto também indica que os dois países serão informados de que as suas representações diplomáticas atuam contra o Acordo de Dayton, que em 1995 pôs termo a três anos e meio de guerra civil na Bósnia-Herzegovina.

Na sequência de Dayton foram reconhecidos na Bósnia-Herzegovina três “povos constituintes” (bosníacos, sérvios e croatas), com o país a confrontar-se com as ambições secessionistas dos sérvios bósnios e uma crescente fratura e afastamento entre os nacionalistas bosníacos muçulmanos e croatas católicos.

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Os partidos nacionalistas continuam a dirigir as respetivas entidades, num cenário de profundas divisões étnicas.

A 2 de outubro passado foram eleitos os parlamentos das duas entidades que compõem a Bósnia-Herzegovina – RS e Federação -, o presidente da RS e as assembleias dos dez cantões da Federação e partilhados entre bosníacos e croatas.