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A Rússia subiu o tom das críticas ao mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional contra o chefe de Estado, Vladimir Putin. Esta quarta-feira — 393.º dia de guerra — o ex-Presidente russo Dmitry Medvedev avisou que a detenção de Putin no estrangeiro seria uma “declaração de guerra” à Rússia.

O dia também ficou marcado pela visita do Presidente ucraniano à localidade de Possad-Pokrovské (região de Kherson), que esteve nas mãos do Exército russo até à sua retirada no outono do ano passado. No dia anterior, Volodymyr Zelensky já tinha estado com combatentes ucranianos perto da cidade de Bakhmut e em Kharkiv.

Estes são os principais acontecimentos que marcaram esta quinta-feira:

O que aconteceu durante a noite?

  • O líder ucraniano revelou que as forças russas voltaram a bombardear a região de Kherson, atingindo em Beryslav a administração local, casas e até um museu. “Até o museu histórico de Beryslav é uma ameaça para a Rússia, por alguma razão”.
  • O fundador do grupo Wagner respondeu a um artigo publicado pela Bloomberg, que apontou que a companhia privada planeia reduzir as operações na Ucrânia e voltar a apostar em África. “Enquanto o nosso país precisar, vamos lutar pelo território da Ucrânia”, sublinhou.
  • A chefe da diplomacia sul-africana confirmou que o país convidou o Presidente russo para a cimeira dos BRICS, apesar do mandado de detenção do Tribunal Penal Internacional contra ele. Naledi Pandor admitiu que a ordem de captura é motivo de “preocupação”, deixando críticas à “duplicidade de critérios” nos assuntos globais.
  • A ministra da Defesa espanhola revelou que já foram concluídos os testes aos tanques de batalha Leopard-2 que serão enviados para a Ucrânia. Segundo Margarita Robles, os seis equipamentos deverão chegar a Kiev até ao final da próxima semana.
  • Durante a tarde o Estado-maior das Forças Armadas da Ucrânia disse que as forças russas se retiraram da cidade de Nova Kakhovka, na região de Kherson. Horas depois corrigiu o relato, afirmando que se tratou de um “erro”.
  • O TPI assinou um acordo com Kiev para a criação de um gabinete do tribunal na Ucrânia, de forma a manter relações de cooperação com as partes envolvidas nas investigações de crimes de guerra.

O que aconteceu durante a tarde?

  • O Presidente ucraniano discursou perante os líderes da União Europeia reunidos esta quinta-feira em Bruxelas. Juntou-se à reunião através de uma vídeochamada, enquanto seguia numa viagem de comboio. Aos parceiros pediu o envio de mísseis de longo alcance e caças, reforçando o pedido por mais sanções à Rússia.
  • Uma comissão parlamentar turca deu a aprovação inicial à adesão da Finlândia à NATO, depois de o Presidente Recep Tayyip Erdogan ter dado “luz verde” para o processo avançar.
  • Os 27 Estados-membros da União Europeia apoiaram o plano para a aquisição conjunta de um milhão de munições para apoiar a Ucrânia ao longo do próximo ano. A proposta já tinha sido aprovada esta semana pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da UE.
  • O chefe de gabinete do primeiro-ministro húngaro disse que as autoridades não iriam deter o líder russo caso entrasse no país — uma obrigação dos países que assinaram os estatutos do TPI. Segundo Gergely Gulyas, não há motivos razoáveis para acreditar que Putin tem responsabilidade criminal individual.
  • O presidente do Comité Olímpico Internacional (COI) afirmou que os atletas russos ou bielorrussos que manifestem publicamente apoio à guerra com a Ucrânia serão impedidos de participar nos Jogos Olímpicos Paris2024.
  • O Ocidente continua a fazer chegar à Ucrânia mais armamento. Esta quinta-feira a Eslováquia entregou os primeiros quatro caças, de um total de 13, a Kiev. As restantes aeronaves — MiG-29 — serão entregues nas próximas semanas. A Finlândia anunciou, entretanto, que vai enviar mais três tanques Leopard 2 para o território ucraniano.
  • Portugal vai contribuir com 75.000 euros no apoio à recolha de provas de crimes de guerra na Ucrânia e admite a participação de peritos da Polícia Judiciária e do Instituto de Medicina Legal nas equipas forenses.
  • O Presidente da Finlândia, Sauli Niinisto, ratificou a legislação para o país entrar na NATO, já aprovada quase por unanimidade pelo parlamento, concluindo o último passo do processo nacional de aprovação da adesão à Aliança Atlântica.

O que aconteceu durante a manhã?

  • O primeiro-ministro esteve esta quinta-feira em Bruxelas, para o Conselho Europeu novamente marcado pela guerra na Ucrânia e onde vai estar o secretário-geral da ONU António Guterres. António Costa chamou a atenção para a necessidade de acautelar os danos colaterais das sanções à Rússia para os países africanos e da América latina.
  • Um comandante ucraniano admitiu que o “agressor” russo não desiste da sua esperança de tomar a cidade de Bakhmut “a qualquer custo”. ”Sem pouparem nada, estão a ter perdas consideráveis. Muito em breve vamos tirar partido dessa oportunidade, como já fizemos perto de Kiev, Kharkiv, Balaklia e Kupyansk”, afirmou.
  • Os serviços de emergência da Ucrânia já terminaram os tralhos de resgate na sequência do ataque russo com na região de Kiev de terça-feira à noite. Há pelo menos nove mortes confirmadas.
  • A Kyiv School of Economics publicou uma estimativa dos custos dos mais de doze meses de guerra na Ucrânia. O conflito já terá causado perdas acima de 138 mil milhões de dólares (126,4 mil milhões de euros).
  • A situação na central nuclear de Zaporíjia “continua a ser precária”, alertou Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica. O responsável avisa que, num cenário em que a central deixe de conseguir fornecer energia, a Ucrânia poderá ter de recorrer novamente a geradores.
  • O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW) refere no mais recente relatório que a ofensiva russa em Bakhmut “aparenta estar a abrandar”, numa altura em que alegadamente as forças russas estão “a tentar lançar ofensivas para outras direções”.

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