Antigos alunos e professores da Escola Superior Agrária de Santarém vão reunir-se, no domingo à tarde, para denunciar o estado de degradação do espaço, assegurando o Politécnico de Santarém que está a intervir dentro das suas possibilidades.

Em comunicado enviado à imprensa, um antigo aluno da Escola de Regentes Agrícolas de Santarém refere a “falta de manutenção do património” e critica a intervenção em curso na antiga Casa do Diretor, com recurso a materiais que “desvirtuam a traça” do edifício do século XIX.

Francisco Marvão, que frequentou a então Escola de Regentes Agrícolas de Santarém, no final da década de 1950, disse esta sexta-feira à Lusa que está agendada uma reunião para as 16h00 de domingo, junto à escola, para tornar pública a indignação que cresceu nas redes sociais pelo estado em que se encontra uma instituição com 135 anos de história e para pedir “a intervenção das autoridades competentes”.

Contactado pela Lusa, o presidente do Instituto Politécnico de Santarém (IPS), João Moutão, afirmou que esta instituição “está a intervir na requalificação do edificado, na medida das suas possibilidades, e vai requalificar um edifício que estava inutilizado por via da sua antiguidade” e pelo desabamento de parte do telhado ocorrido nas últimas chuvadas.

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Francisco Marvão afirmou que o grupo pede que a intervenção no telhado, necessária devido à ocorrência de infiltrações, respeite a traça do edifício, mantendo a “telha marselha” e não a opção de colocação de painel sanduíche e “telha lusa”, bem como as janelas de madeira e não a sua substituição por alumínio.

No comunicado, o grupo refere ainda situações como mau estado de gabinetes de professores, rotura numa conduta de água junto à adega (há mais de dois anos) e de esgotos na casa de banho do edifício das aulas (há mais de um ano), falta de iluminação dos acessos e não reparação de muros.

Instalada na antiga Quinta do Galinheiro, a ESAS sucedeu, em 1981, à Escola de Regentes Agrícolas de Santarém, criada em 1931, num espaço que acolheu, em 1887, a Escola Agrícola Morais Soares de Santarém e, em 1888, a Escola Prática Elementar de Agricultura e Frutuária de Santarém, tendo o espaço sido adquirido pela Fazenda Nacional em 1907.