É um “plano ferido de morte à nascença, cujos grandes prejudicados são as pessoas”. Carlos Moedas refere-se ao plano apresentado pelo Governo PS, que critica, e compara-o ao Programa Especial de Realojamento (PER) que, há 30 anos, tinha três eixos fundamentais: “dignidade, credibilidade e respeito democrático”. Num artigo publicado no semanário Expresso, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa (PSD) defende ainda Cavaco Silva. Na sua opinião, o antigo Presidente da República, na entrevista de sábado passado, “deixou ao país um depoimento crucial, que, se não fosse a cegueira ideológica de alguns (nomeadamente do PS), poderia servir de guião para resolver o drama habitacional em que vivem hoje tantas pessoas”.

“Há 30 anos, o Presidente Cavaco Silva — então primeiro-ministro — colocou à frente dos interesses partidários e ideológicos a dignidade das pessoas, a credibilidade da governação e o respeito democrático pelas autarquias. Todos nos lembramos da calamidade social que eram as barracas em Lisboa, que afetavam 37 mil lisboetas. O PER erradicou esta chaga: realojou quase 30 mil lisboetas e construiu mais de nove mil habitações. Foi um momento transformador que trouxe dignidade a milhares de pessoas”, escreve o autarca.

“Foi o Presidente Cavaco Silva quem teve a coragem de cumprir esta transformação. Pois, ao contrário do que os portugueses estão hoje infelizmente acostumados, o PER não se ficou pelas proclamações — foi mesmo um programa de concretizações. O Presidente Cavaco Silva teve a coragem de resolver o problema das barracas, de tirar milhares de pessoas da pobreza, e de o fazer com os municípios no centro da solução”, continua Moedas. Assim, conclui o presidente de câmara, a reação socialista à intervenção de Cavaco “mostrou que o que guia o Governo é o desrespeito democrático por opiniões contrárias”, e que o PS “prefere o interesse partidário à defesa da dignidade humana”.

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