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Dmitry Medvedev, antigo Presidente russo e vice-presidente do Conselho de Segurança do país, avisou a Ucrânia que, “se for preciso”, a Rússia pode voltar a conquistar Kiev e até Lviv.

“Não se pode descartar nada. Se for preciso chegar a Kiev, então é preciso ir a Kiev. Se for preciso ir a Lviv, então será preciso ir a Lviv, para acabar com esta infeção”, afirmou numa entrevista publicada esta sexta-feira a vários órgãos de comunicação sociais russos.

O responsável russo também disse que a Rússia não está a combater apenas contra o exército ucraniano, mas também contra o da NATO. “A Federação Russa não está apenas em guerra com a Ucrânia, não apenas com o regime nazi ucraniano — o nosso país está em guerra com o exército da NATO.”

“[O exército da NATO] está a participar, claro, num conflito híbrido e de facto já não o escondem”, sublinhou Dmitry Medvedev.

Referindo-se aos objetivos da campanha militar russa, Dmitry Medvedev assinalou que Moscovo precisa de criar “um cordão sanitário” na fronteira russa para evitar que a Rússia seja alcançada por armas que têm um raio de ação de “70 a 100 quilómetros“. “É preciso alcançar todos os objetivos que foram traçados para proteger o nosso território, o território da Federação da Rússia”, acrescentou.

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Adicionalmente, o aliado de Vladimir Putin proclamou o fim da “ditadura anglo-saxónica”. “O mundo mudou. E mudou radicalmente. Não há volta atrás. A ditadura dos países anglo-saxões terminou”, destacou, lembrando que a visita do Chefe de Estado chinês, Xi Jinping, é uma prova disso mesmo.

Sinalizando que o Ocidente “odeia a Rússia” e que as sanções afetam principalmente os cidadãos russos, Dmitry Medvedev notou que as empresas ocidentais que abandonaram o país após a invasão estão “muito arrependidas”. “Elas perderam muito dinheiro.”

Crimeia? Pode justificar uso de armas de nucleares

Ainda na entrevista aos órgãos de comunicação sociais russos, Dmitry Medvedev salientou que qualquer tentativa de conquistar a Crimeia levaria a Rússia a empregar “todas as armas” — incluindo as nucleares.

“As ofensivas sérias que estão associadas à reconquista da Crimeia […] levariam ao uso de todos os meios de proteção, incluindo aqueles previstos na doutrina básica de dissuasão nuclear”, ameaçou Dmitry Medvedev.

“Há razões evidentes para utilizar qualquer tipo de arma aí. Qualquer uma”, frisou o ex-Presidente russo, mandando um recado para os Estados Unidos. “Eu espero que os nossos ‘amigos’ do outro lado do oceano entendam isso.”